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Gestão Pública

Covid-19: China se prepara para nova onda de casos

As autoridades preveem 65 milhões de casos por semana em todo o país

26/05/2023 11h01

Foto: Divulgação 

Zhong Nanshan, um dos principais especialistas da China em doenças respiratórias, disse que as autoridades preveem um novo pico de covid-19 que vai infectar 65 milhões de pessoas por semana em todo o país. E isso deve acontecer daqui a um mês, no final de junho.

A nova onda --já esperada, segundo Zhong-- começou em abril, quando a covid-19 voltou a superar a gripe comum como principal doença infecciosa na China. Já nesta última semana de maio, os casos devem superar a marca de 40 milhões de infecções semanais.

O aviso de Zhong, em alguma medida, confirma relatos que vinham se multiplicando nas redes sociais, em plataformas chinesas como o Weibo e em americanas como o Twitter. As publicações apontavam indícios de que o coronavírus está de volta à circulação na China e ganharam força com imagens de Xi Jinping.

Junto com o aviso da nova onda, Zhong salientou que duas vacinas chinesas que podem combater as cepas mutantes XBB, hoje dominantes mundialmente, foram aprovadas de forma preliminar e estarão disponíveis "em breve". Outras três ou quatro estariam a caminho para aprovação.

"Na pesquisa de vacinas mais eficazes, podemos ficar à frente do mundo", ele teria dito, ao comentar a importância do desenvolvimento de imunizantes chineses específicos para as subvariantes XBB.

O Centro de Controle e Prevenção da China identificou o primeiro caso de XBB.1.5 há cerca de três meses e outras subvariantes, como XBB.1.9.1 e XBB.1.16, em abril.

Na semana passada, um grupo consultivo da Organização Mundial de Saúde divulgou uma recomendação global para as vacinas serem atualizadas, neste ano, especificamente para XBB.1.5 ou XBB.1.16, consideradas "variantes de interesse" pela entidade. Desde a ômicron em novembro de 2021, não há mais linhagens do coronavírus classificadas como "variante de preocupação".

Em parte por se tratar de reinfecção, a expectativa é de que a onda chinesa seja leve, talvez até invisível, como aconteceu com a XBB.1.5 nos EUA e na Europa. No Brasil, o primeiro caso da subvariante foi identificado no interior de São Paulo, em janeiro, também sem maior impacto nos meses seguintes.

Se 65 milhões de novas infecções por semana previstas para a China são expressivos, importante lembrar que o pico registrado em 20 de dezembro de 2022 foi de 37 milhões de casos diários. Na ocasião, a covid-19 zero dava seus últimos suspiros.

Não há perspectiva de nenhuma retomada de restrições em grande escala e das enormes forças-tarefas de testagem obrigatória em massa. É pouco provável, portanto, que se veja na China uma nova versão da política de rigorosas medidas de prevenção e controle que se estendeu durante todo o período mais crítico da pandemia até ser encerrada depois de raros e ruidosos protestos que se espalharam em grandes cidades chinesas.