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Transporte Terrestre

Ford Territory: a China marca território com utilitários de luxo

O modelo acaba de chegar da Ásia e os preços vão de R$ 166 mil a R$ 188 mil

09/08/2020 08h48

Foto: Divulgação

Há décadas, o Brasil começou a projetar e produzir seus próprios carros, e muitos deles fizeram sucesso pelo mundo. Daí uma certa sensação de amargor e derrota ao saber que o mais importante lançamento da Ford para o mercado neste ano vem da China — justamente depois de a empresa fechar e vender sua fábrica em São Bernardo do Campo.

O Ford Territory começou a ser vendido na sexta-feira (7) por preços entre R$ 166 mil (versão SEL) e R$ 188 mil (Titanium). O utilitário foi criado a partir do Yusheng S330 e é produzido em Nanchang pela Jiangling Motors Corporation (JMC), empresa que hoje tem 32% de participação acionária da Ford.

A JMC faz vans, picapes, caminhões e tem a divisão Yusheng, para utilitários esportivos. Da holding Jiangling saem também os SUVs da marca Landwind — um deles, o X7, foi alvo de um processo por ser parecido demais com o Range Rover Evoque.

O Ford Territory foi apresentado na China em 2018, dois anos depois do Yusheng S330 original. Trata-se de puro “badge engineering” (troca de logotipos, com um retoque visual). A turma de estilo da Ford mudou a dianteira do Yusheng, mas até o recorte dos faróis nos para-lamas é o mesmo. A traseira e, principalmente, as laterais continuam quase idênticas às do S330.

Com 4,58m de comprimento e 2,72 de entre-eixos, o modelo é maior do que um Jeep Compass (4,41m e 2,63m, respectivamente). Em porte, o modelo chinês está mais próximo dos Chevrolet Equinox e Toyota RAV4, e um pouco abaixo do VW Tiguan Allspace.

As forrações são com couro bege claro e, por toda parte há materiais suaves ao toque. Os tons leves e o teto solar panorâmico reforçam a impressão de ambiente amplo.

Larga, a carroceria e acomoda bem três adultos no banco de trás ou, o que é bem raro: duas cadeirinhas de criança e um adulto.

Os bancos da frente são poltronas ao estilo americano. Na versão Titanium, ambos dispõem de refrigeração, e há regulagens elétricas no assento do motorista. O painel, com pranchas inclinadas, tem um quê dos Land Rover modernos e, no Territory topo de linha, o quadro de instrumentos é todo digital. É na cabine que está a maior evolução em relação ao Yusheng S330 original.

Na primeira acelerada, outra surpresa: o Territory dá um salto à frente. O motor 1.5 turbo (a gasolina) de 150cv, atrelado a um câmbio CVT, e em um utilitário com mais de 1,6 tonelada.

Apesar de ser chamado de “1.5 EcoBoost”, o motor nada tem a ver com o que equipa o Ecosport. Na China, o nome-código é JX4G15C5L, e dizem que sua origem remota é um propulsor da Mitsubishi dos anos 70: o Orion 4G1.

Fato é que o motor foi bastante desenvolvido pela austríaca AVL (aquela dos motores da JAC), ganhou injeção direta, turbo e, em vez do costumeiro ciclo Otto, trabalha no ciclo Miller, que deixa as válvulas de admissão abertas por mais tempo do que o normal, reduzindo a pressão na câmara de combustão. Os esforços são reduzidos, a economia aumenta e as emissões caem. A perda de potência é contrabalançada com o turbo. Em resumo: o ciclo Miller é o mesmo que um ciclo Atkinson, só que com sobrealimentação.

Na estrada, a suspensão macia e a direção leve mostram que o Territory nasceu para transportar famílias com conforto, e não para atiçar o motorista.

A versão SEL já vem com câmera de 360°, teto panorâmico, faróis e lanternas de LEDs, tela multimídia de 10,1" e ar-condicionado com controle digital, com saídas para os bancos de trás. O painel é analógico.

A Titanium tem teto pintado de preto, forração de couro bege, ajuste elétrico para o motorista, frenagem autônoma, alerta de ponto cego, piloto automático adaptativo, sistema automático de estacionamento e painel todo digital, entre outros equipamentos.

Fonte: O Globo