27/05/2020 11h07
Foto: Reuters
O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, informou que o governo federal está monitorando a situação da Latam Airlines, maior empresa aérea da América Latina, que anunciou pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, na terça-feira (26). Na avaliação do ministro, a decisão da companhia foi cuidadosa e não há preocupação de que ocorra algo parecido no Brasil.
"É um movimento que nós estamos monitorando, é um movimento bastante pensado, e que no Brasil não aconteceu porque eles [Latam] estão confiando na linha de capital disponível pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES, estão trabalhando para cumprir os requisitos, e essa linha vai ser importante para as demais companhias. Então, a gente está monitorando e estamos bastante tranquilos, até o momento, com a situação dessas empresas", disse o ministro.
O presidente da Latam Brasil, Jerome Cadier, afirmou que os voos da companhia aérea devem continuar normalmente após o pedido de recuperação judicial feito nos Estados Unidos pelo grupo. Segundo ele, o processo tem como objetivo principal obter melhores condições para renegociar as dívidas da empresa, especialmente com o leasing (aluguel) de aviões. Mesmo com a renegociação e com um aporte dos acionistas, o grupo Latam vai precisar de mais US$ 1 bilhão para superar a crise.
O Grupo Latam Airlines pediu recuperação judicial nos Estados Unidos por causa dos efeitos da crise provocada pela pandemia novo coronavírus. No comunicado oficial em que anunciou a decisão, a empresa afirmou que o processo vai permitir uma reorganização da "sustentabilidade no longo prazo".
"Diante dos efeitos da Covid-19 no setor mundial de aviação, esse processo de reorganização oferece à Latam a oportunidade de trabalhar com os credores do grupo e outras partes interessadas para reduzir sua dívida, acessar novas fontes de financiamento e continuar operando, enquanto adapta seus negócios a essa nova realidade", afirmou a empresa.
A decisão da Latam Airlines envolve também as subsidiárias no Chile, Peru, Equador e Colômbia. Já Brasil, Argentina e Paraguai ficaram de fora do processo. Ainda de acordo com a companhia aérea, a decisão não trará impacto imediato nos voos de passageiros ou de carga.