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Editorial

Hora de esperança e luta

É possível superar as dificuldades criadas pela pandemia do coronavírus

19/03/2020 10h57

Não dá para desconhecer os graves efeitos da pandemia de coronavírus à economia mundial, em razão da paralisação que o avanço do vírus tem provocado nos setores produtivos e do comércio em quase todos os países. Tanto é que o panorama deixou de ser visto como uma questão sanitária e passou a englobar a classificação de crise financeira global. Apesar de todos os problemas, entretanto, do ponto de vista econômico, especialistas consideram que embora em setores como o aeroviário os estragos já sejam consideráveis, para outros as perspectivas são mais otimistas.

A pandemia, que tem acabado com milhares de vidas por todos os continentes, praticamente paralisou a economia mundial, com milhões em quarentena e as cadeias de suprimento globais em estado de caos, devido aos estragos extremos causados pelo vírus na China, atualmente vista como a grande “fábrica” do mundo.

Ainda que existam os pessimistas de sempre, a maior parte dos analistas não aceita que o quadro seja tão desolador, e acredita que a economia global se recuperará rapidamente na segunda metade de 2020, desde, é claro, que até lá o surto tenha se dissipado. Tais analistas reconhecem que a situação é grave, tanto que estimativas de estudiosos norte-americanos são de que a atual crise vá custar à economia global até 2 trilhões de dólares - cerca de R$ 5.144 trilhões – apenas em 2020. Mas, existe também a crença de que a capacidade de recuperação da economia global irá superar os problemas dentro de pouco tempo após o fim do “furacão” do vírus. Esta parcela otimista sequer prevê que a crise atual vá precipitar o mundo numa depressão.

Um dos motivos para o otimismo quanto à recuperação rápida da economia mundial é a comparação com a crise financeira que abalou o mundo em 2008, quando a falência da firma global de serviços financeiros Lehman Brothers acarretou o mais doloroso colapso econômico global desde o crash de Wall Street em 1929. A grave e continuada recessão reduziu o crescimento mundial em 1,8% em 2009, em contraste com a expansão de 4,3% em 2007.

Um desses otimistas, Ben May, diretor de macropesquisa global da Oxford Economics, assegura que agora trata-se mais de um choque temporário, com impactos negativos menos significativos e duradouros para a economia do que a crise financeira global de 2008. E com base em episódios passados de surtos de enfermidades ou de desastres naturais, os especialistas afirmam que os gastos opcionais retornam num momento futuro, o que minimiza os efeitos da paralisação dos negócios no primeiro momento.

De qualquer forma, o fundamental neste momento, além de se precaver por todos os meios para evitar a contaminação pelo vírus e também contribuir ao máximo para impedir sua proliferação, é manter a confiança no futuro. Enquanto pessimistas e otimistas debatem a respeito dos desdobramentos da crise, é preciso que cada empresário, cada autoridade, cada um de nós, enfim, acredite que é possível superar as dificuldades criadas pela pandemia.

Uma coisa é certa, e disso não se pode ter dúvidas: somente o trabalho de todos, unida à imprescindível solidariedade, será capaz de fazer com que a Humanidade se recupere o mais breve possível desta terrível provação a que está sendo submetida.

Portanto, se o momento é de cuidar da saúde e de colaborar para romper a cadeia de disseminação do Coronavírus, também é hora de manter acesa a esperança de que isto vai passar e dias melhores virão.