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Artigo

Investindo na Capital da Amazônia Azul

Eduardo Athayde

21/11/2021 06h17

Foto: Ilustrativa

A COP 26 realizada na pequena Glasgow, cidade portuária no rio Clyde, situada nas Terras Baixas da Escócia e impulsionada pelo comércio e a construção naval, foi palco de decisões que afetam diretamente a governança de um PIB global de 90 trilhões de dólares. Nesta nova onda da ‘eco-nomia digital’, vivemos a era da intermunicipalização, onde as cidades são virtualmente acessadas como pontos do planeta, municípios conversam entre si e o global é apenas um mosaico de decisões locais.

Representando Salvador, o prefeito Bruno Reis, agora visado como gestor de um valioso território molhado, esteve em Glasgow. Dos 1.233 km² da tropical Baía de Todos- os-Santos (BTS), 350 km² pertencem ao território molhado de Salvador e 883 km² são divididos entre os outros municípios limítrofes da baía (IBGE). A BTS é formada por territórios municipais e, junto com a sua baía, Salvador forma o complexo da Capital da Amazônia Azul. Com este status, conversa com municípios do globo.

A Lei 13.187, de 11/11/2015, dia em que entrou em vigor a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, estabeleceu 16/11 como o Dia Nacional da Amazônia Azul. Neste primeiro ano da Década dos Oceanos (2021-2030 Unesco), Salvador, central à costa brasileira, organiza-se para incrementar conexões com municípios do mundo dentro da visão ESG (Governança Socioeconômica e Ambiental), incentivada em Glasgow.

Assim como a Amazônia Azul é um conceito político-estratégico definido pela Marinha; a Baía de Todos-os-Santos (BTS), maior do Brasil e segunda maior do mundo, foi proclamada pela Carta da Baía como a Capital da Amazônia Azul em ato político-estratégico da sociedade, durante o Fórum Internacional de Gestão de Baías, em 2014, numa solenidade conjunta da Associação Comercial da Bahia, das Federações das Indústrias, do Comércio e da Agricultura, Associação Baiana de Imprensa, Ministério Público, universidades e ONGs, visando preservar, dar visibilidade internacional, atrair debates e investimentos para área.

Acompanhando as ondas do Mubadala, segundo maior fundo soberano do mundo, sediado em Abu Dhabi, que só opera em ESG e continua investindo na capital da Amazônia Azul onde já adquiriu a Refinaria Landulpho Alves por US$ 1.6 bilhão; e dos ‘Blue Funds’, de 300 milhões de euros, do Fundo Europeu de Investimento; o Sebrae desenha, em Salvador, o Centro Nacional de Economia do Mar e o Senai Cimatec monta o Cimatec Mar. Dos 417 municípios da Bahia, 56 são beijados pelo mar.

Entusiasmado em ver como investimentos azuis servem à sociedade, valorizando as cidades, Bruno Reis, em visita ao Museu do Mar, recebido pelo patrono Aleixo Belov, único navegador a dar cinco voltas ao mundo com a bandeira da Bahia, e breve partirá para a sexta, com este escriba a bordo, incentivou articulações para sua visita ao Museu do Mar de Baltimore, na Chesapeake Bay.

Atento às oportunidades de crescimento azul, o Rio de Janeiro aprovou, no início de novembro, a Lei 4.698/2021, criando a Política de Economia do Mar. A Bahia, pressionada pelo crescimento exponencial de atividades de esporte e lazer na BTS nos últimos 3 anos (30% lanchas, 40% regatas, 60% moto aquática, 65% canoagem), mais o crescimento da atividade portuária, precisa ordenar o seu espaço.

Prosseguindo nas ações da Economia do Mar, a ACB está, em parceria com a Baltimore Chamber of Commerce, um dos maiores centros náuticos do mundo, organizando o Fórum Internacional de Cidades de Baías para recepcionar, na capital da Amazônia Azul, o prefeito Brandon Scott, de Baltimore, e firmar, com o prefeito Bruno Reis, termo de cooperação visando interesses comuns: educação, inovação, ciência e tecnologia para cidades inteligentes, startups, humanização de paisagens, resgates históricos, turismo, náutica, marinas e em toda a economia do mar. Lembrando as mensagens de Glasgow, baías preservadas atraem negócios.

Eduardo Athayde é diretor da Rede WWI no Brasil. [email protected]

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