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Logística

Obras da BR-163/PA serão entregues nesta sexta-feira

A rodovia federal é utilizada por caminhoneiros para escoamento da safra de grãos

14/02/2020 09h06

Foto: Divulgação

O presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e o diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transortes (Dnit), General Santos Filho, participam, nesta sexta-feira (14), da inauguração da pavimentação dos últimos 51 quilômetros da BR-163/PA que faltavam para ligar, definitivamente, o estado do Mato Grosso aos portos de Miritituba/PA. A pavimentação do trecho é aguardada pelo setor produtivo, por moradores da região e por transportadores de cargas há mais de 40 anos.

A cerimônia ocorre no Km 102, o chamado “Marco Zero” da rodovia, onde se encontraram, em 1970, o 8º Batalhão de Engenharia e Construção do Exército, que tocou a obra a partir de Santarém (PA), e o 9º Batalhão, responsável pelo trecho a partir de Cuiabá (MT). Além do asfaltamento, também foi realizada pelo Dnit e pelo Exército Brasileiro a manutenção em 1.300 km na rodovia, entre os dois estados.

Estrada sem lama

Essa entrega do governo contribui para o escoamento da safra de grãos que sai do centro do País, sobretudo do estado do Mato Grosso, até os portos do Pará, com destaque para Miritituba, no Rio Tapajós, de onde são transportados para os principais centros consumidores em todo o mundo. A rodovia federal impulsionará a economia, permitindo o transporte de produtos agrícolas pelo Brasil e incrementando a exportação para outros países.

A conclusão da obra também traz mais segurança e faturamento para os caminhoneiros que, antes, passavam dias em atoleiros no trecho crítico em questão, principalmente na época de chuvas.

Para a conclusão desse segmento, foram investidos cerca de R$ 158 milhões em 2019. A obra foi executada por 650 trabalhadores - entre servidores do Dnit, militares do Exército e funcionários de empresas contratadas. O Departamento realizou também serviços de terraplenagem, de pavimentação, de drenagem, de sinalização, além de trabalhos de monitoramento, respeitando as questões ambientais.

Além do asfaltamento, também foram realizados serviços de manutenção em 1.300 quilômetros da rodovia, de Sinop (MT) a Santarém (PA), visando assegurar boas condições de trafegabilidade. 

De acordo com o Dnit, a obra representou um verdadeiro desafio para a engenharia nacional em função das características do clima e do solo da região, clima desfavorável, com incidência de muita chuva na região.

Histórico

A construção da BR-163 em Mato Grosso, na década de 1970, fez parte do Plano de Integração Nacional (Pin) do Governo Militar e pertencia ao movimento desencadeado na época, cujo tema era: "Integrar para não Entregar!"

Sob pressão para ocupar a região Amazônica, o governo determinou que o Batalhão de Engenharia e Construção (BEC) do Rio Grande do Sul fosse para Cuiabá e instalasse uma base com o objetivo de implantar a BR-163, ligando a capital mato-grossense a Santarém, no Pará.

Em 1971, o coronel Antônio Paranhos inaugurou o 9º Batalhão de Engenharia e Construção (9º BEC) e começou a abertura da estrada que viria interligar a região Norte do País às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Ao mesmo tempo em que foi criado o 9º BEC, em Santarém, foi instalado o 8º BEC, que tinha a mesma missão, mas em sentido oposto (Norte-Sul).

Foram cinco anos de muito trabalho, desafios e também perigos, pois se tratava da ocupação de uma região inóspita. Ainda em 1971, o coronel José Meireles assume o comando do 9º BEC e dá início aos trabalhos.

Primeiro partia a equipe de topografia, sozinhos e sem máquinas, os trabalhadores chegavam a ficar 40 dias isolados na mata e os alimentos eram jogados de avião. Eles iam à frente para identificar o traçado da rodovia. Atrás, seguiam militares e civis que trabalhavam na construção. Foram mobilizados cerca de 1,5 mil homens, parte vindos do Sul do País, e parte, mão de obra local.

Foi durante o processo de construção da BR-163 que muitas cidades foram fundadas às margens da rodovia, caso de Lucas do Rio Verde - antigo acampamento dos trabalhadores -, Sinop e Peixoto de Azevedo entre outros municípios.

As situações enfrentadas por esses desbravadores eram críticas. Doenças tropicais, isolamento e até o contato com tribos indígenas traziam muitos desafios aos trabalhadores e militares. A inauguração da BR-163 ocorreu em 1976, quando os homens do 9º BEC encontram o 8º BEC na região sul do Pará, na Serra do Cachimbo, após cinco anos de trabalho.