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Sustentabilidade

118 países prometem triplicar produção de energia renovável

Os idealizadores querem que o compromisso seja incluído no texto final da COP-28 com objetivo de torná-lo global

04/12/2023 07h30

Foto: Divulgação 

Cento e dezoito países, entre eles o Brasil, se comprometeram no sábado (2), a triplicar a capacidade global de produção de energia renovável até 2030, segundo compromisso assumido na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-28), que ocorre em Dubai. A medida foi anunciada em meio a iniciativas para descarbonizar o setor de energia, que responde por três quartos das emissões de gases do efeito estufa.

O presidente da COP, Sultan al-Jaber, destacou que a iniciativa vai ajudar na transição energética e na redução de uso do carvão. Paralelamente, 22 países, entre eles os Estados Unidos, anunciaram a intenção de triplicar a capacidade de produção de energia nuclear até 2050, destacando que a fonte nuclear será vital para o corte de emissões nas próximas décadas.

A iniciativa da energia renovável foi liderada pela União Europeia, Estados Unidos e Emirados Árabes. Entre os apoiadores, além do Brasil, estão Nigéria, Austrália, Japão, Canadá, Chile e Barbados. China e Índia indicaram apoio, mas não confirmaram o compromisso.

Os idealizadores querem que o compromisso seja incluído no texto final da cúpula com objetivo de torná-lo global. Para isso, é necessário o consenso entre os mais de 200 países presentes.

Os defensores da energia nuclear, que fornece 18% da eletricidade nos Estados Unidos, dizem que é um complemento limpo, seguro e fiável à energia eólica e solar.

Mas um obstáculo significativo é o financiamento. No mês passado, um desenvolvedor de pequenos reatores nucleares em Idaho disse que estava cancelando um projeto que deveria fazer parte de uma nova onda de usinas de energia. O custo de construção dos reatores aumentou de US$ 5,3 bilhões para US$ 9,3 bilhões, devido ao aumento das taxas de juros e da inflação.

Grã-Bretanha, Canadá, França, Gana, Coreia do Sul, Suécia e Emirados Árabes Unidos estavam entre os 22 países que assinaram a declaração para triplicar a capacidade a partir dos níveis de 2020.

Triplicar a capacidade de energia nuclear até 2050, o que também ajudaria a Europa a reduzir a sua dependência do petróleo e do gás da Rússia, exigiria investimentos significativos. Nas economias avançadas, que detêm quase 70% da capacidade nuclear mundial, o investimento estagnou à medida que os custos de construção dispararam e os projetos ultrapassaram o orçamento e enfrentaram atrasos.

Além do custo, outro obstáculo à expansão da capacidade nuclear é que as centrais têm velocidade de construção mais lentas do que muitas outras formas de energia.

Fonte: Estadão Conteúdo