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O 2º Encontro Nacional de Autoridades Portuárias e de Hidrovias (Enaph), promovido pela Associação Brasileira de Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph), registrou recorde de participantes: foram mais de 1000 pessoas online e cerca de 300 presenciais. O evento, realizado na terça-feira (28) durante o Fórum Brasil Export, em Brasília, reuniu as principais autoridades portuárias e empresários do setor.

O primeiro painel foi sobre “Escassez de contêineres, aumento dos fretes marítimos e tendência no mercado de navegação”. A moderação ficou por conta da presidente da Abeph, Mayhara Chaves, que questionou os debatedores sobre o tema. “Observamos que desde julho do ano passado houve um aumento progressivo da retomada da economia em diversos países, o que levou à disparada de encomendas no comércio exterior em níveis muito acima das projeções e das capacidades logísticas dos nossos terminais portuários.”

Segundo Mayhara, grande parte dessas mercadorias se acumularam em armazéns e portos, principalmente nos portos chineses, onde houve grande demanda de produtos. “Isso gerou desbalanceamento entre a oferta e a demanda. Os fretes que antes da pandemia custavam U$2 mil dólares passaram a custar mais de U$10 mil dólares.”

O debate se estendeu com Fabio Siccherino, CEO da DP World Santos; Antonio Carlos Sepúlveda, CEO da Santos Brasil; Claudio Loureiro, diretor-executivo do Centronave; Fernando Biral, diretor-presidente da Santos Port Authority (SPA); e Ricardo Medina, gerente de Planejamento da Companhia Docas do Pará (CDP).

Os debatedores explicaram as realidades de cada um dos seus portos, confirmando a alta demanda e também outros problemas, como a quarentena dos navios atracados por conta da pandemia. Segundo Biral, por exemplo, isso atrasa todo o sistema portuário, pois as mercadorias ficam paradas e os contêineres também. Eles concluíram que é necessário união entre os portos para que mude a forma de lidar com quarentena dos navios, exigida pelas autoridades sanitárias: o ideal é a tripulação ficar isolada, mas as mercadorias sejam retiradas para não atrasar e causar mais prejuízos.

O segundo painel do Enaph foi sobre “Governança e sustentabilidade nas Autoridades Portuárias”, com moderação de Gilmara Temóteo, presidente do Porto de Cabedelo e os debatedores foram: Ted Lago, presidente do Porto do Itaqui; Luiz Fernando Garcia, diretor-presidente dos Portos do Paraná; e Roberto Gusmão, presidente do Porto de Suape. Eles destacaram, ainda, a necessidade de buscar um processo qualitativo nas demandas e necessidades dos portos, além de um plano de sustentabilidade

Eles enfatizaram a importância da estrutura de governança para a gestão portuária, que norteia e dá segurança para investidores. Luiz Fernando Garcia, explicou que os portos do paraná contrataram uma empresa especialista em governança para readequar os planos.

A presidente da Abeph, Mayhara Chaves, disse que a retomada do Enaph junto com o Brasil Export trouxe debates necessários à comunidade portuária brasileira. “O papel da Abeph, como entidade mais antiga do sistema portuário brasileiro, é trazer temas atuais aos nossos associados e também à comunidade do segmento. Dessa forma, cumprimos nosso papel. A associação com o Brasil Export deu ainda mais visibilidade ao nosso evento. Estamos certos de que os temas são prioritários nesse momento e temos certeza que colheremos resultados interessantes após esses debates”, finalizou.