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Historicamente, o setor logístico enfrenta desafios que exigem soluções calculadas e métodos previsíveis. No entanto, 2025 promete ser o ano do imprevisível, no qual as regras tradicionais parecem insuficientes para navegar um cenário global cheio de incertezas. De acordo com Mario Veraldo, CEO da MTM Logix, empresa líder no setor logístico, em vez de linhas de transporte estáveis e ciclos de demanda previsíveis, agora o setor enfrenta um ambiente moldado pelas mudanças climáticas, interdependência global e interrupções sociopolíticas.

“Na teoria da complexidade, esse fenômeno é descrito como ‘acoplamento estreito’, em que as interrupções em um ponto ou local, como o bloqueio de um porto na China, por exemplo, podem desencadear efeitos dominó que atingem as prateleiras dos consumidores nos Estados Unidos, Brasil ou os centros de distribuição em Roterdã”, afirma Veraldo.

Por que 2025 é um ano diferente?

Os últimos anos mostraram como os eventos globais, desde bloqueios portuários até fenômenos climáticos extremos, podem desarticular cadeias de suprimentos com velocidade e magnitude nunca vistas. Esses eventos, longe de serem anomalias, estão se tornando a norma em um ambiente cada vez mais interconectado e vulnerável.

Outros desafios significativos que são vistos também são os congestionamentos nos principais portos do Brasil e mundo, falta de infraestrutura física e tecnológica e uma urgente necessidade de adotar novas práticas frente à volatilidade do mercado.

O adeus às previsões lineares

Durante décadas, as empresas logísticas se basearam em indicadores econômicos tradicionais, como o PIB, o consumo interno e as tarifas de transporte, para planejar suas operações. No entanto, esses indicadores estão se mostrando insuficientes em um mundo em constante transformação. Hoje, os líderes logísticos enfrentam o desafio de interpretar dados caóticos e tomar decisões em tempo real diante de eventos imprevistos.

“A logística está evoluindo de uma função operacional para se tornar um pilar estratégico. Na MTM Logix, vemos que as empresas que priorizam a flexibilidade em seus processos são as que estão melhor posicionadas para superar os desafios deste ano e dos que estão por vir”, assegura Veraldo.

Lições para 2025: adaptar-se ou ficar para trás

Neste novo contexto, o aprendizado é fundamental. O especialista compartilha algumas lições que podem guiar as empresas neste ano tão imprevisível:

• Priorizar a resiliência sobre a eficiência: a obsessão por reduzir custos levou muitas empresas a adotarem modelos de estoque just-in-time. Em 2025, a tendência está mudando para construir cadeias de suprimentos resilientes, que incluam estoques de segurança, múltiplos fornecedores e diversificação de rotas de transporte.
• Adotar tecnologia com cautela: embora ferramentas como a inteligência artificial e a IoT (internet das coisas) estejam revolucionando a indústria, depender exclusivamente de modelos preditivos baseados em dados históricos pode ser contraproducente. As empresas devem equilibrar essas inovações com uma estratégia que contemple o inesperado.
• Colaborar para competir: a concorrência tradicional está sendo substituída por uma lógica de cooperação. Compartilhar informações e riscos entre parceiros estratégicos da cadeia de suprimentos pode ser a chave para enfrentar crises de maneira ágil e eficaz.

“O ano de 2025 nos apresenta um novo paradigma: não se trata de prever o que vem, mas de nos prepararmos para qualquer cenário. É um ano para ousar, inovar e liderar a mudança a partir da incerteza”, conclui o executivo.