24/05/2023 10h14
Foto: Porto de Santos - Divulgação
Mais de uma centena de contratos de afretamento foram celebrados pela companhia marítima francesa CMA CGM até agora em 2023, superando inclusive transportadoras como a Mediterranean Shipping Company, Ocean Network Express, Hapag-Lloyd, que mal completaram vinte – ou até menos – do que os contratos de leasing de navios este ano.
Segundo a Alphaliner , a baixa atividade de fretamento da MSC estaria relacionada à prioridade da empresa em adquirir unidades próprias, enquanto as demais companhias marítimas ONE, Hapag-Lloyd, Cosco Shipping e Maersk estariam em linha com uma tendência geral do setor de transporte marítimo. de contêineres em contratos de afretamento, dada a menor demanda por cargas.
Vendas sobre arrendamentos
E é que a intensa atividade de leasing de navios da companhia de navegação francesa contrasta enormemente com a tendência geral do setor -ou pelo menos das grandes transportadoras internacionais- que inclusive implantam uma taxa menor de contratos de afretamento em comparação com antes da pandemia, a única época que serve como um parâmetro válido.
Assim, a Alphaliner identifica pelo menos dois fatores que podem explicar esta evolução: 1) durante o boom de carga pós-covid-19, muitos navios foram afretados a longo prazo, pelo que atualmente não estão disponíveis no mercado; e 2) as taxas de afretamento disparadas convenceram várias transportadoras, principalmente a MSC e a CMA CGM, a comprar embarcações em vez de afretá-las.
O resultado foi uma redução drástica na frota de fretamento, com cerca de 700 embarcações Non-Operating Owner (NOO) vendidas para usuários finais nos últimos três anos. “Como consequência, as transportadoras agora têm menos opções do que no passado quando se trata de definir a tonelagem de afretamento”, afirma a Alphaliner.
E é nesse pré-pandemia que empresas como a Cosco e a Maersk se destacaram pela intensa atividade de fretamento, assinando entre 400 e 500 contratos por ano (incluindo prorrogações), destaca a Alphaliner. “Também é notável sua participação limitada no mercado de compra e venda, mas a companhia de navegação volta a aumentar lentamente sua carteira de pedidos e está claramente apostada em tonelagem inovadora e eficiente em carbono para compor sua futura frota”, argumenta a análise.
Fonte: Mundo Marítimo