Foto / Alberto Maraux

A Grécia Antiga é a primeira suposição do local de origem da logística. Nesta região foi onde surgiu o termo “logistikas”, que significa cálculo e raciocínio, no sentido matemático... A segunda suposição vem do verbo francês “loger”, que significa alojar ou acolher, e deu origem à palavra “logistique”.

A Logística empresarial nasceu da necessidade de melhorar a qualidade das operações, experiência dos clientes e redução de custos. Outra definição objetiva que, particularmente, gosto muito: “logística é evitar rupturas na cadeia de abastecimento.”

Ballou, considerado o pai da Logística Empresarial, nasceu na cidade americana de Columbus, estado de Ohio, no dia 20 de agosto de 1937, e já foi professor honorário de Operações na Weatherhead School of Management, em Cleveland, Ohio.

A Logística, que possui muita influência e técnicas provenientes de operações militares, assim como a administração de empresas, demorou para ser reconhecida como um segmento profissional importante. Há uns 20 anos atrás, ou talvez menos, era muito difícil encontrar material de estudo sobre o tema, no máximo, havia dentro do capítulo de compras, nos livros de administração, alguma menção sobre o tema, mas muito raramente. Cursos sobre logística, praticamente, não existiam, sem contar que os setores de logística eram conhecidos como “Depósitos”, nome pejorativo para um setor ou atividade tão importante, opinião pessoal.

As novas atitudes dos consumidores; a necessidade de redução dos custos nas empresas;  a busca por movimentações mais rápidas e precisas com segurança; a necessidade cada vez mais crescente de recebimento, armazenamento, separação e expedição de cargas; as coletas e entregas; as operações de “cross docking” (sistema logístico que tem como foco o fluxo de mercadorias sem a realização de seu armazenamento) e a busca do “break even point” (ponto de equilíbrio do negócio) nas operações das empresas foram importantes para o fortalecimento do  time de Logística, composto por profissionais das mais diversas áreas: Engenharia, Tecnologia da Informação, Economia e Administração, que estão  migrando para o setor. Na área de Logística, não se joga no meio de campo, nem na defesa. O jogo é no ataque o tempo todo: resolvendo problemas e gerando novas soluções. Exemplo disso é a quantidade de “startups” que atuam hoje e crescem lastreadas na logística. Não é por caso que investidores do mundo inteiro estão aplicando seus recursos em empresas de logística integrada, pois eles sabem que o resultado chega muito rápido.

Já não é de hoje que a logística vem salvando vidas, quer seja com operações estruturadas na área de saúde, na área de fármacos - abastecendo farmácias e hospitais, na logística de “home care”, na prestação de socorro nos serviços móveis de urgência, como a Samu. A logística atua, também, no cumprimento de prazos curtos de captação de órgãos para implantes em pacientes enfermos nos hospitais, bem como com o transporte e armazenamento de amostras biológicas, testes de amostras de doenças, inclusive com o desenvolvimento da indústria ao seu entorno, já que criam embalagens apropriadas para transporte de materiais específicos, por exemplo. E por que não falar nas operações para transporte, armazenamento e distribuição das vacinas contra a Covid-19, que, hoje, representam a salvação da própria humanidade?

Diversas empresas, especializadas em  logística de saúde, estão fazendo a diferença para a vacinação em massa ocorrer, reduzindo os tempos e movimentos com qualidade e eficácia dentro dos padrões necessários,  quer sejam operadores da cadeia do frio, empresas de cargas aéreas, operadores logísticos em solo. Todos eles com seus algoritmos e sistemas especialistas, de forma incansável, vêm realizando o planejamento e execução das operações com qualidade, de forma célere e organizada, com controle de temperatura de ponta a ponta, cumprindo todos os requisitos exigidos por cada uma das fabricantes das vacinas ou dos seus componentes. Sem logística, praticamente nada disso funcionaria. Os profissionais de saúde não conseguiriam desempenhar suas funções se a logística de entrega de materiais, equipamentos, epi, medicações, alimentos etc.  não funcionasse.

Os milhares de pedidos de ajuda humanitária e emergencial que são feitos, anualmente, pelo mundo afora - devido às guerras, conflitos, catástrofes naturais, como enchentes, terremotos, furacões, tsunamis etc.- são atendidos por organizações como Médicos sem Fronteiras, Cruz Vermelha e Unicef, que tem como objetivo auxiliar famílias e pessoas em situações críticas. Para isso, é necessário que se mobilizem com suprimentos chegando as regiões afetadas o mais rápido possível. No caso da Unicef, o prazo é de no máximo 72 horas. Para conseguir ajudar crianças no mundo todo, o referido organismo possui três centros de distribuição localizados na Dinamarca, Panamá e Dubai. O principal CD é o da Dinamarca e tem o tamanho de três campos de futebol, com 8 andares de armazenagem, movimentando diversos produtos como alimentos, vacinas, kits, brinquedos e muito mais. Com equipamentos de tecnologia de ponta e muita organização, os produtos são separados 24 horas por dia, garantindo assim, agilidade no atendimento logístico. Com certeza, para eles, tempo custa muito caro (pois pode custar muitas vidas).

Vale a pena conhecer histórias de mobilização humanitária como essa que, além de ajudar vidas, é um exemplo de logística integrada com qualidade, eficiência e agilidade.

Quero aproveitar a oportunidade para parabenizar os profissionais de logística, que, com muito trabalho, estudo, dedicação, poucas horas de sono, muito apoio da tecnologia, conseguem cumprir os seus objetivos diariamente, alcançando assim suas metas de atendimento aos requisitos dos seus clientes internos e externos,  bem como salvado vidas e  dando o devido suporte técnico e operacional a tantos outros  profissionais do segmento de transportes e  economia.  Logística é vida para pessoas e empresas!

Sérgio Maia é consultor e profissional de Logística há 22 anos. [email protected]

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