Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Transporte Terrestre

A Verde Transportes demite mais de 200 funcionários

O motivo foi a paralisação de suas operações em Mato Grosso por causa do coronavírus

21/04/2020 16h30

A Verde Transportes, do Grupo Verde, demitiu mais de 200 funcionários em decorrência da paralisação de suas operações em Mato Grosso, por causa das medidas de isolamento social como prevenção contra o coronavírus. A empresa afirma que seu processo de recuperação judicial não será prejudicado e garantiu que assim que sua operação for normalizada irá recontratar os funcionários gradativamente.

O coordenador jurídico da empresa, advogado Thiago Affonso Diel, citou o Decreto Estadual n° 419, de 20 de março de 2020 e do Decreto Municipal n°. 7.849, de 20 de março de 2020, que estabeleceu medidas de prevenção contra a proliferação do coronavírus, que acabaram prejudicando a operação da Verde Transportes.
"O Estado proibiu a empresa de operar, paralisou as operações, o município mandou fechar os estabelecimentos comerciais, e alguns outros municípios do Estado proibiram a entrada de ônibus. Alguns Estados como o Pará, por exemplo, proibiram o transporte de passageiros, e a Verte Transportes é uma empresa que tem linhas intermunicipais e interestaduais, e com isso reduziu nossa operação", explicou.
O Grupo Verde já passava por uma recuperação judicial por dívidas de cerca de R$ 43 milhões, mas o advogado afirmou que o motivo das demissões foi exclusivamente por causa da redução das operações, em decorrência da Covid-19. Ele garantiu que os funcionários devem ser contratados novamente.
"A empresa fez estas demissões, mas assim que a operação for retomada vai recontratar estes funcionários. As demissões aconteceram porque a Verde Transportes não sabe quanto tempo vai durar o isolamento social, e não tem como contar com alguma estimativa, já que a cada momento é passada uma previsão diferente, então a empresa teve que agir para evitar problemas maiores", disse.
Além disso, segundo o coordenador jurídico da empresa, a recuperação judicial, que foi aprovada pela Justiça em dezembro de 2019, não deve ser prejudicada por esta crise da Covid-19, pois a Verde Transportes se preparou.
"Não vai prejudicar a recuperação judicial porque a empresa tomou as atitudes que precisava para preservar sua integridade, suas finanças, para não deixar virar uma bola de neve e preservar a recuperação judicial".

Recuperação judicial
No processo o Grupo Verde alega ter iniciado de forma pioneira a rota Cuiabá-Santarém, ligando a capital mato-grossense ao norte do Pará, funcionado como um verdadeiro motor de desenvolvimento do interior do Brasil, e que com a expansão de suas operações para o Oeste do Estado, contribuíram com o desenvolvimento de cidades como Campo Verde, Primavera do Leste e Barra do Garças, ligando a Capital do Mato Grosso a Goiânia e Brasília.
Atribuiu a situação de crise ao arrocho da economia nos últimos anos, à diminuição das linhas de crédito por parte das instituições financeiras e à política de preços perpetrada pelo governo que, ao elevar o preço do óleo diesel a “patamares insuportáveis”, acarretou na paralisação do país no ano de 2018, em virtude da greve geral dos caminhoneiros.
O grupo salientou ainda que o maior componente gerador de sua crise consistiu na ausência de adequada e justa recomposição tarifária, posto que a AGER desde 2012 não confere “um justo reajuste tarifário” a fim de manter o equilíbrio econômico-financeiro das rotas.

Fonte: Agro Olhar