Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Logística

ABCR: rodovias no Brasil terão R$150 bi em investimentos até 2030

Marco Aurélio Barcelos afirma que avalanche de investimentos é explicada pela maturidade dos contratos

18/02/2025 07h57

Foto: Divulgação

A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) registrou um recorde de investimentos em 2024, com R$ 20 bilhões aplicados em infraestrutura viária. Para os próximos cinco anos, projeção é de R$ 30 bilhões anuais, totalizando R$ 150 bilhões no período, segundo Marco Aurélio Barcelos, presidente da instituição.

"É muito factível que nos próximos cinco anos aportemos algo próximo a R$ 150 bilhões somente no setor de rodovia", afirma.

Se confirmada, a projeção representará um salto expressivo nos investimentos. Em comparação, as concessionárias associadas ao grupo — que inclui Arteris, CCR, EcoRodovias, EPR e Via Appia — aplicaram R$ 255 bilhões nos últimos 26 anos, desde 1998.

Segundo Barcelos, a tendência de alta é impulsionada pelo otimismo com novas concessões e pela necessidade de modernizar a infraestrutura viária do país, reduzindo gargalos logísticos e melhorando a segurança das estradas.

De acordo com um levantamento feito pela EXAME, com base em informações públicas e no Livro Azul da Infraestrutura, da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), o país deve realizar um leilão a cada quatro dias ao longo deste ano.

Essa "onda de leilões" deve se estender, contudo, até 2027, avalia o presidente da ABCR com base na carteira federal. O Ministério dos Transportes projeta que, após 12 leilões em 2024,  número também histórico, ocorram 17 certames de rodovias em 2025, com investimentos previstos de R$ 100 bilhões.

"Os investimentos desses leilões devem começar a sair em cinco, seis e sete anos. Podemos dizer que até o final de 2030, vamos viver um alvoroço de investimentos, demanda e mobilização", diz Barcelos .

Ano dos leilões é um 'problema bom'

Considerado um dos maiores nomes da infraestrutura rodoviária, o especialista também faz um análise do impacto da quantidade recorde de leilões para este ano.

Ele prevê abertura de vagas de emprego principalmente na área de engenharia e para cargos de alta liderança, em boa parte, diz Barcelos, porque o ecossistema que orbita os projetos de infraestrutura,  – formado por prestadores de serviços, fornecedores e reguladores –, não está preparado para atender a toda demanda que será provocada.

"Precisamos monitorar 'a quantas anda' a capacidade de engenharia do Brasil porque, verdade seja dita, a lava jato dizimou a nossa engenharia e será preciso resgatar esse pessoal. E, de outro lado, para cargos sêniores, teremos uma demanda grande e não conseguimos formar esse pessoal em curto espaço de tempo. É preciso começar a se capacitar porque haverá demanda de executivos", diz, chamando atenção para um ambiente desafiador.

"É um problema bom, mas é um problema e ele demanda cautela para não termos um boom de investimento e não conseguirmos ninguém. Termos uma Ferrari, em temos de investimento, e não conseguir um piloto", diz.

Fonte: Exame