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Logística

Abol: Operadores logísticos querem aumentar postos de trabalho

84,6% das empresas ressaltam a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada

13/05/2022 09h14

Foto: Divulgação

Segundo a Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol), 92,3% das empresas associadas revelaram planos de aumentar o quadro de colaboradores neste ano. Isso corresponde a 9 em cada 10 operadores interessados em abrir mais postos de trabalho.

O percentual condiz com as estatísticas do mercado em geral: segundo o Banco Nacional de Empregos (BNE), nos primeiros cinco meses de 2022 houve incremento de 37% no número de vagas abertas.

No ano passado, os maiores operadores da Abol contrataram mais de 13 mil profissionais, uma alta de 53,8% em relação a 2020 – e 84,7% das contratações no período foram para a área de operações logísticas e de transporte. De acordo com a associação, 61,5% dos entrevistados informaram que as contratações feitas no período são para vagas efetivas, enquanto 38,5% dos participantes da pesquisa contrataram profissionais para postos de trabalho temporários.

A diretora executiva da Abol, Marcella Cunha, destacou a pandemia como um elemento que antecipou processos de transformação que, em outro momento, ocorreriam de forma mais lenta e gradual. “Naturalmente, as admissões temporárias já acontecem, devido às datas sazonais, porém o planejamento estratégico das companhias está exigindo ainda mais colaboradores permanentes que participem do crescimento das empresas”, disse.

Apesar da expansão do e-commerce – que teve faturamento de R$ 161 bilhões em 2021 e mais de 350 milhões de entregas realizadas, segundo a Neotrust –, 61,5% dos entrevistados na pesquisa da Abol revelaram que o comércio eletrônico não foi o principal motivo da contratação de novos profissionais.

Escassez de mão de obra qualificada

As perspectivas para os profissionais que atuam em operações logística e de transporte são positivas. No entanto, 84,6% dos operadores logísticos associados à Abol ressaltaram a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada e 76,9% enfrentaram obstáculos para contratar profissionais que tivessem conhecimento técnico pleno.

“Para os 23,1% das empresas que preferem qualificar os funcionários internamente, isso pode não ser um entrave”, pontuou Marcella Cunha. “Mas outros 69,2%, a maioria, que buscam profissionais qualificados e prontos para assumir os cargos ofertados, podem ter alguma dificuldade na hora de preencher as vagas.”

Frente à dificuldade de encontrar profissionais que já disponham das competências exigidas para a operação, algumas empresas têm investido em programas internos de formação e capacitação. Segundo reportagem da Agência O Globo, esse é o caso de empresas como Magazine Luiza – que criou o programa Luiza Code para estimular mulheres a entrarem no mercado de trabalho na área da tecnologia e parte das alunas são contratadas pela empresa – e BRF – que mantém cursos de formação em 36 municípios brasileiros e realiza parceria com universidades.

Salário base

Além de mais oportunidades de trabalho, o salário base também vem crescendo, em torno de 4%, nos últimos quatro anos. É o que aponta a quinta edição do Estudo Setorial Abol encomendado à consultoria organizacional Korn Ferry, realizado entre agosto e dezembro de 2021 e que contou com a participação de operadores logísticos filiados à associação.

O material traz informações detalhadas sobre práticas e políticas de remuneração, considerando 221 cargos e posições, desde presidente até cargos operacionais.

Em relação à idade dos trabalhadores, a variação entre as contratadas do sexo feminino ficou entre 30 anos, a idade média dos profissionais do setor operacional, e 46 anos, para a presidência. No sexo masculino, a variação foi entre 33 e 51 anos, nas mesmas funções.