15/07/2021 13h50
Foto: Divulgação
Em carta pública divulgada para celebrar seu 210º aniversário, que transcorre nesta quinta-feira (15), a Associação Comercial da Bahia (ACB) convida o empresariado baiano a uma reflexão, destacando a sua importância e relevância para a economia do estado, e provoca os associados, diretores e conselheiros a refletirem sobre a necessidade de fortalecimento da instituição.
“O que podemos fazer para fortalecer a Associação Comercial da Bahia? O que podemos fazer para que a ACB seja ainda mais relevante para os empresários baianos e para que sua atuação impacte ainda mais as nossas atividades? Como podemos tornar a ACB, cada vez mais, a casa que une e reúne todo o empresariado baiano? Como podemos contribuir com a sustentabilidade da ACB, que muito se orgulha de não contar com recursos de governo ou repasses compulsórios?”, questiona.
O texto parabeniza os integrantes da instituição, responsáveis por fazer da ACB “tudo que ela representa para a Bahia e para o Brasil”, e acrescenta: “A tradição dos seus 210 anos e a relevância de ter sediado fatos históricos para a economia do nosso estado e do nosso país são muito importantes. Mas ficariam apenas no passado se cada um de nós não fôssemos, com entrega voluntária, associados, diretores ou conselheiros”.
Depois de concluir que a representação empresarial plena “é fruto do trabalho de cada um de nós que dedica parcela do seu tempo e dos seus esforços para construir esta relevância”, a ACB lamenta que, em razão da crise sanitária da pandemia da Covid-19, a celebração não possa ser presencial, mas salienta que, posteriormente, quando a situação epidemiológica estiver controlada, os atos comemorativos serão realizados.
História
A Associação Comercial da Bahia foi fundada em 15 de julho de 1811, sendo a primeira do gênero nas Américas, para atender aos interesses dos comerciantes da época em ter um local apropriado para que pudessem realizar seus negócios. A criação da entidade também foi ao encontro do desejo do então governador da Província, D. Marcos de Noronha e Brito, o VIII Conde dos Arcos, que vislumbrava o desenvolvimento da província que governava, visto que naquela época, início do século XIX, a cidade de Salvador tinha o porto mais movimentado de todo o Atlântico Sul.
As intensas atividades comerciais após a abertura dos portos que aqui ocorriam se aceleraram ainda mais com as nações amigas, autorizada por D. João VI, quando aqui chegou em 1808, como escala da transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro. Os comerciantes locais solicitaram então a D. João a criação de uma associação que cuidasse dos interesses do comércio baiano. E o próprio príncipe regente D. João VI, tinha interesse em promover a colônia, que era a sede da corte portuguesa.
As instalações físicas definitivas da ACB foram inauguradas 6 anos após sua fundação, em 28 de janeiro de 1817. O prédio, de caráter palaciano, foi construído por ordens do Conde dos Arcos, com projeto do arquiteto português Cosme Fidié. As características arquitetônicas do prédio quebraram um paradigma, já que, pela primeira vez na Bahia, adotou-se o estilo neoclássico inglês, do tipo Adams, o mesmo que inspirou os prédios governamentais de Washington nos Estados Unidos.
Wilson Sons, contemporânea da ACB
No início do século XIX a cidade de Salvador era o porto mais movimentado de todo Atlântico Sul, sendo, portanto, um local propício para desenvolvimento comercial. Naturalmente isso atraiu a atenção de interesses de novos empresas, daí surgindo a figura da Wilson Sons, criada 26 anos após a fundação da ACB e quiçá, a única que se mantém presente até hoje, 184 anos depois.
Iniciando seu negócio no ramo carvão mineral, para atender ao mercado interno, a Wilson & Co foi fundada na cidade de Salvador pelos irmãos Edward e Fleetwood Pellew Wilson, dedicando-se inicialmente ao transporte de carvão da Inglaterra e da América do Norte, contando com representantes em vários países da América do Sul. Com Edward II, a empresa passou a agenciar o transporte de dezenas de produtos, se desenvolveu na área de navegação, nos trabalhos de porto e montou seu próprio estaleiro.
A empresa evoluiu durante esses quase dois séculos, sendo atualmente considerada a maior operadora integrada de logística portuária e marítima do Brasil, contando com dois dos principais terminais portuários do país, bem como sua atuação no agenciamento de navios, na linha de rebocadores, estaleiros e base de apoio offshore.
No dia 15 de março de 2000, a Wilson Sons inaugura o Terminal de Contêineres no Porto de Salvador (Tecon Salvador) e, atualmente, é o maior hub de logística portuária do norte e nordeste. Com arrojada infraestrutura aliada à logística 4.0 e padrões ambientalmente sustentáveis, o terminal dispõe de equipamentos equiparáveis aos mais modernos presentes na atividade portuária mundial, a exemplo da sua frota de 06 STS Super Post-Panamax, 3 STS Panamax e 16 RTGs, todos com sistema de regeneração de energia. Neste ano, finaliza a ampliação do berço de atracação, que passa de 377 metros para 800 metros, além da pavimentação de 30.000 m² de retroárea adicionais.
De modo similar à ACB, a Wilson Sons contribuiu fortemente para que os importadores e exportadores dos estados da Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Sergipe passassem a ter mais opções para receber ou enviar mercadorias ao mercado internacional pelo porto da capital baiana.