05/03/2021 16h48
Foto: Reuters
A Anfavea - Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgou nesta sexta-feira (5) dados da indústria automobilística do primeiro bimestre de 2021. Apesar de uma possível retomada das vendas de veículos, a expectativa é de que o os números indiquem um cenário ainda nebuloso. Após queda de 31,6% na produção em 2020, o setor ainda deve ter um ano de 2021 difícil, com recuperação do patamar de 2019 prevista somente para 2022.
A estimativa da própria Anfavea é de que o setor tenha aumento de 15% no licenciamento de veículos, 9% nas exportações e 25% na produção, índices insuficientes para a retomada a patamares de 2019. Cabe lembrar que a estimativa foi divulgada no início de janeiro, antes que o cenário de agravamento da pandemia no país se desenhasse com mais clareza.
Em 2020, as vendas ao mercado interno fecharam com 2 milhões de unidades, queda de 26,2% ante os números de 2019, recuando ao patamar de 2016, auge da última crise econômica brasileira. Já a produção foi de 2 milhões de unidades, queda de 31,6% em relação a 2019.
Não à toa, nem bem 2021 começou e a montadora americana Ford anunciou o fechamento de suas três fábricas no Brasil, com a demissão de cerca de 5 mil funcionários no país.
"A Ford encerrará a produção à medida em que a pandemia de Covid-19 amplia a persistente capacidade ociosa da indústria e da redução das vendas, resultando em anos de perdas significativas", disse a montadora em nota à época.
A Mercedes-Benz já havia anunciado em dezembro o encerramento da produção de automóveis de luxo na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo.
O fechamento de fábricas trouxe à tona novamente as discussões sobre o incentivos concedidos à indústria automotiva no país. De um lado, as montadoras voltaram a ser criticadas por terem recebido incentivos fiscais nos últimos anos. Do outro, representantes do setor dizem que o cenário poderia ser diferente se o Brasil tivesse reduzido a burocracia e a carga tributária.
Fonte: Exame