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Sustentabilidade

Apenas 3% do lixo seco gerado no Brasil é reaproveitado

A Abrelpe calcula o total reciclado poderia chegar 33% e injetar até R$ 14 bilhões na economia

11/10/2022 07h02

Foto: Divulgação 

Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), apenas 3% do lixo seco gerado no Brasil é reaproveitado. Uma nova lei, no entanto, prevê desconto Imposto de Renda para projetos do setor e pode movimentar a área.

O mercado da reciclagem no Brasil ainda tem muito o que crescer. A associação calcula que o total reciclado poderia chegar a um terço de todos os resíduos produzidos no país – cerca 33%, o que injetaria até R$ 14 bilhões na economia.

Uma meta que pode ficar menos distante após a aprovação, pelo Congresso, da isenção de Imposto de Renda para projetos de reciclagem.

“Um incentivo direto para esses pequenos empreendedores, para as próprias cooperativas de catadores e para os processos de maiores escala, que até então não se conseguia desenvolver. Agora, tem toda a condição de viabilizar os investimentos necessários em implantar as infraestruturas demandadas e transformar esse resíduo, esse material descartado, numa matéria-prima para novos processos”, explica o presidente da Abrelp, Carlos Silva Filho.

Um incentivo para o negócio crescer é o que muitos empresários desse ramo precisam.

“A ideia é crescer e aumentar o espaço. Já estamos até pensando em colocar uns maquinários para gente poder abrir o leque para diversos tipos de segmentos nessa área”, afirma Ezequiel Domingues Alves, dono de um centro de reciclagem.

Faltam iniciativas de coleta seletiva

Dados da Abrelpe mostram que 1 em cada 4 cidades brasileiras ainda não contam com iniciativas de coleta seletiva. O levantamento também aponta que 74,4% dos municípios brasileiros conta com o método, mas de forma inicial, o que acaba sobrecarregando o sistema de destinação final.

Cerca de um terço dos resíduos gerados no Brasil são materiais recicláveis secos, que somam 28 milhões de toneladas por ano. A maior quantidade produzida é a de plástico, que totaliza 13,8 milhões de toneladas, seguido de papel e papelão, com mais de 8,5 milhões de toneladas. Vidros, metais e embalagens multicamadas somam 5,2 toneladas anuais. Esses materiais podem ser pedidos devido à falta de coleta seletiva. “Se nós não tivemos um sistema de coleta seletiva, não adianta separar dentro de casa que esse material não vai chegar onde precisa. E se a indústria não estiver capacitada, habilitada e estruturada para receber o material, ele acaba se perdendo no meio do caminho”, explicou o diretor-presidente da Abrelpe.

A região Sul tem o maior percentual de municípios com iniciativa de coleta seletiva, com 91,2%. Seguida pelo Sudeste com 90,6% e Norte com 65,3. As regiões Centro-Oeste e Nordeste estão abaixo de 50%, com 49,5% e 43,3%, respectivamente.