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Gestão Pública

Até 115 milhões de pessoas podem cair na pobreza extrema em 2020

Novos miseráveis são oriundos dos setores de serviços, construção ou indústria, segundo levantamento do Banco Mundial

09/10/2020 09h26

Foto: Roberto Parizotti

Um levantamento feito pelo Banco Mundial aponta que entre 88 e 115 milhões de pessoas podem cair na extrema pobreza em 2020, em consequência da crise provocada pela Covid-19. Segundo o estudo, enquanto a expectativa inicial era de redução desse índice, a pandemia aumentou o grupo daqueles que viverão com apenas US $ 1,90 (cerca de R$ 10) por dia, menos do que o preço de um café em um país avançado.

As previsões da instituição, com sede em Washington, têm piorado à medida que a crise sanitária avança e sua duração se prolonga. O Banco Mundial estima que a economia tenha uma retração de 5,2% em 2020, a maior queda do PIB em 80 anos.

A pobreza extrema deverá afetar entre 9,1% e 9,4% da população mundial em 2020. Os novos pobres são oriundos dos setores de serviços, construção ou indústria, acrescenta o relatório. É “um retrocesso”, lamenta a instituição de Washington, especificando que, em 2017, a taxa subiu para 9,2%. Sem o choque global causado pela crise da saúde, esse número deveria ter caído para 7,9% neste ano.

150 milhões até 2021

O número de pessoas que vivem em extrema pobreza deve continuar a aumentar para chegar a 150 milhões de pessoas, até 2021. Oito em cada dez novos pobres estarão em países de renda média.

“Os novos pobres são mais urbanos, com melhor educação e menos propensos a trabalhar na agricultura do que aqueles que viviam em extrema pobreza antes da Covid-19”, destacam os autores do relatório, publicado antes das reuniões de outono do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Os autores do relatório, incluindo o economista Samuel Freije-Rodriguez e o sociólogo Michael Woolcock, compilaram dados registrados entre 2015 e 2017, mostrando que 52 milhões de pessoas conseguiram sair da pobreza, marcando uma desaceleração na pobreza.

O documento mostra que grande parte dos “novos pobres” estará concentrada em países que já tinham altos índices de pobreza. A África subsaariana é “uma região que pode abrigar cerca de um terço da população recentemente empobrecida pela Covid-19”.

Fonte: Portal UOL