Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Logística

Atraso em obras de acesso para liberação da ponte Brasil/Paraguai

No Paraguai, 35% da construção da aduana foram entregues; No lado brasileiro, obras estão ainda mais atrasadas

27/02/2024 09h47

Foto: Itaipu Binacional

A nova ponte entre Brasil e Paraguai ficou pronta em 2022. Porém, o atraso nas obras de acesso à Ponte Internacional da Integração, que liga Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, à cidade paraguaia de Presidente Franco, impede a liberação da via.

Em Presidente Franco, o Ministério de Obras Públicas afirma que a construção da aduana - local de controle e fiscalização do fluxo internacional de bens, mercadorias e veículos - chegou a 35%.

Mesmo com avanço em relação à obra da aduna no Brasil, que ainda está na fundação (veja mais abaixo), a construção no lado paraguaio também está atrasada. O prazo inicial para o término era em abril, mas foi estendido para o fim de junho.

Conforme a coordenadora do escritório de apoio aos trabalhos no Paraguai, Laura Arevalo, o atraso das obras de acesso se justifica devido a ajustes no projeto e questões climáticas.

Obra de ponte secundária sequer começou

A aproximadamente dois quilômetros da Ponte da Integração, os paraguaios têm outro desafio: construir uma segunda ponte, desta vez sobre o Rio Monday. É ela que vai tirar todo trânsito pesado da região e levar para uma nova rodovia que ainda está em fase de construção no país.

Os caminhões deverão usar a via para entrar na Administração Nacional de Navegação e Portos (ANPP), uma espécie de porto seco no Paraguai. A rodovia chamada de Corredor Metropolitano do Leste vai ter 32 quilômetros de extensão, em pista dupla, até a PY 02, rodovia que liga Cidade do Leste a Assunção.

Foto: DER/PR

Obras no Brasil e liberação da ponte

No Brasil, autoridades chegaram a planejar a liberação da ponte mesmo sem a aduana e a perimetral leste estarem prontas.

A perimetral fará a ligação entre a Ponte da Integração e a rodovia BR-277. O novo acesso tem o objetivo de ajudar a desviar o trânsito de cargas pesadas da área central e turística da cidade.

Em janeiro do ano passado, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que a ponte começaria a ser usada em abril de 2023. 

A atual gestão da PRF em Foz do Iguaçu informou que a responsabilidade sobre o tráfego e a infraestrutura na ponte é do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e que, portanto, não iria se manifestar sobre o assunto.

A Receita Federal, que também divulgou um plano para abertura da ponte, disse que os atrasos nas obras de acesso ainda impedem a liberação do trânsito. Por lá, as obras estão ainda na fase de fundação e não têm prazo para conclusão.

De acordo com Paulo Bini, delegado da Receita Federal em Foz, o atraso nas obras brasileiras interfere nas etapas seguintes de tráfego pela via.

"É necessário todas as obras prontas - o funcionamento pleno da ponte, entrada e saída dos caminhões. [...] Até hoje não tem essa possibilidade de passagem de veículos e ficou sob o estado. Não recebemos nenhuma notificação sobre a abertura imediata", disse Bini.

No Paraguai, o Ministério de Obras Públicas, afirma que será possível liberar o trânsito pela ponte da integração mesmo sem a finalização do corredor metropolitano, que deve ficar pronto só em 2025.

Atraso nas obras preocupa setor dos transportes

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras Rodoviárias de Cargas Nacionais e Internacionais de Foz do Iguaçu, Celso Gallegario, afirma que, enquanto as obras não são concluídas, representantes do setor de transporte de cargas calculam os prejuízos.

"O veículo que vai adentrar ao Paraguai, ele só pode entrar à noite. Digamos que o veículo já está vazio, pronto e habilitado para adentrar ao Paraguai, e fica o dia inteiro parado numa fila, ele não vai produzir. E hoje o custo de um ativo de um veículo é alto", explica.

Para Sérgio Luiz Malucelli, presidente da Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná (Fetranspar), a expectativa pela abertura do trecho é esperada há mais de 30 anos e não diz respeito apenas aos veículos de carga, mas também aos demais setores.

“É uma necessidade urgente. Não apenas para o transporte rodoviário de carga, mas para todos aqueles cidadãos que desejam ir ao Paraguai, ir e voltar ao Brasil’, afirmou Malucelli.

Fonte: g1