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Transporte Aéreo

Avianca Holdings entra com pedido de recuperação judicial

A empresa pode ser a primeira grande companhia aérea do mundo a afundar por causa da pandemia do coronavírus

11/05/2020 07h28

Foto: Divulgação

A Avianca Holdings, segunda maior companhia aérea da América Latina, entrou, neste domingo (10), com pedido no Tribunal de Falências dos Estados Unidos de recuperação judicial, com a aproximação da data para pagamentos de títulos e após pedidos sem sucesso, até o momento, de auxílio ao governo colombiano para resistir à crise do coronavírus.

Se não conseguir sair da recuperação judicial, a Avianca pode ser a primeira grande companhia aérea do mundo a afundar por causa da pandemia do coronavírus, que resultou em um declínio de 90% de tráfego aéreo.

A Avianca não realiza voos regulares de passageiros desde o fim de março e a maioria dos seus 21 mil empregados ficou sem receber ao longo da crise.

“A Avianca passa pela crise mais desafiadora em seus 100 anos de história”, disse o presidente-executivo da empresa, Anko van der Werff, em um comunicado à imprensa.

Segundo a nota, o pedido foi feito para reorganizar e preservar os negócios da Avianca enquanto a companhia enfrenta os impactos da pandemia de Covid-19. A empresa afirmou que apesar da “eficaz reestruturação da dívida em 2019”, o pedido de recuperação judicial “foi necessário devido ao impacto imprevisível da pandemia de Covid-19, que provocou a queda de 90% do tráfego mundial de passageiros e se espera que reduza as receitas da indústria de aviação em US$ 324 bilhões em todo o mundo”.

O presidente da empresa, Anko van der Werff, afirmou sua intenção de retomar os voos assim que as restrições dos governos para viagens aéreas forem suspensas. A companhia tem buscado negociar apoio financeiro com o governo da Colômbia, assim como junto a governos de outros mercados chave da Avianca. Esse apoio é considerado importante para a empresa mostrar capacidade financeira e garantir sucesso no plano de recuperação judicial.

A Avianca, uma das companhias aéreas mais antigas do mundo, estima passivos entre US$ 1 bilhão e US$ 10 bilhões em um pedido à Corte de Recuperação Judicial dos EUA no distrito sul de Nova York.

A companhia já havia passado por uma recuperação judicial no começo dos anos 2000, da qual foi resgatada por um empresário do petróleo nascido na Bolívia, German Efromovich.

Efromovich fez a companhia aérea crescer agressivamente, mas também contraiu dívidas significativas. Efromovich foi retirado da empresa ano passado, em um golpe de conselho liderado pela United Airlines Holdings Inc, mas ainda tem uma fatia majoritária da companhia. A United pode perder até US$ 700 milhões em empréstimos relacionados à Avianca.

Efromovich disse, neste domingo, que discordava da decisão de entrar com pedido de recuperação judicial e que não estava envolvido nela. Em paralelo, a Avianca disse que pretende começar a reduzir operações no Peru.

O braço brasileiro da Avianca, a Avianca Brasil, entrou com pedido de recuperação judicial no país em dezembro de 2018. Em seguida, a aérea passou a cancelar voos e, devido à falta de pagamento do aluguel das aeronaves, devolveu os aviões às empresas de leasing.