22/05/2025 14h20
Foto: Divulgação
A Azul pode fazer um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos “já na próxima semana” e discute com credores um financiamento de cerca de US$ 600 milhões para apoiar a empresa durante o processo, informou a Bloomberg. A entrada no Chapter 11 (a recuperação judicial nos EUA) é sempre a última opção das empresas, mas muitas vezes necessária para conseguir se reestruturar financeiramente. Isso não significa que a companhia aérea vai quebrar, e já vimos casos recentes por aqui.
Em 2020, devido à pandemia, a Latam recorreu ao Chapter 11 e está hoje dominando o mercado brasileiro. A Gol entrou com o pedido no ano passado e planeja resolver sua situação definitiva no próximo mês. Agora, chegou a vez de a Azul considerar o mesmo recurso.
Para não precisar entrar mesmo com o pedido de recuperação judicial, a companhia vem tentando resolver sua situação financeira, buscando fazer uma nova oferta de ações (follow-on) e em busca de novos financiamentos adicionais.
Para isso, no entanto, analistas do setor entendem que a empresa precisa melhorar seus resultados operacionais. A dívida atual da Azul gira em torno de R$ 34,6 bilhões.
O CEO da Azul, John Rodgerson, acredita que uma nova linha de crédito do governo deve ser aprovada nas próximas semanas, com uma iniciativa que prevê o uso de recursos do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) para financiamentos relacionados à compra de combustível (um dos itens mais caros da aviação civil). Se aprovado, as companhias podem obter até R$ 2 bilhões em créditos.
A Azul informou que “está engajada em diálogo produtivo com seus investidores desde 2024 para identificar caminhos que garantam a sustentabilidade da companhia hoje e para o futuro”.
“Como empresa competitiva, a Azul está constantemente avaliando oportunidades para melhorar a liquidez e sua estrutura de capital, sem nunca deixar de honrar seus compromissos e a qualidade dos seus serviços e atendimento aos clientes, respeitando sempre toda legislação vigente”, disse a companhia.
Fusão entre Azul e Gol
Em janeiro, a Azul e o grupo Abra, controlador da Gol, anunciaram a assinatura de um memorando de entendimento para a fusão das duas companhias aéreas. O acordo, no entanto, só sairia após o fim do Chapter 11 da Gol e da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Se um acordo entre as companhias ocorresse logo, a Azul poderia ganhar uma sobrevida, pois a fusão poderia facilitar a chegada de novos investidores e mais facilidade em captar recursos. Mas, se a empresa realmente recorrer ao Chapter 11, o acordo pode demorar a sair, já que é a Azul que vai precisar resolver sua situação com os credores antes de avançar numa fusão.
Fonte: Melhores Destinos