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Transporte Aquaviário

Cargas no Porto de Vitória devem dobrar com desestatização

O modelo de concessão prevê investimentos obrigatórios superiores a R$ 1,6 bilhão

15/01/2021 08h41

Foto: Codesa - Divulgação

Um estudo divulgado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq) aponta que a concessão dos portos sob gestão da Companhia de Docas do Espírito Santo (Codesa) fará com que a movimentação de cargas no Porto de Vitória praticamente dobre ao longo dos 35 anos de contrato.

Em 2019, o Porto de Vitória movimentou um total de 6,9 milhões de toneladas, entre importações e exportações de mercadorias (ainda não há dados de 2020). A projeção da Antaq é de que esse fluxo cresça até alcançar 13,8 milhões de toneladas de cargas em 2056, último ano de contrato. Isso corresponde a um aumento de 98% no período de concessão.

A consulta pública para a concessão dos portos de Vitória e Barra do Riacho (Aracruz), no Espírito Santo, foi aberta pelo governo federal no dia 28 de dezembro. Além de vender a Codesa, a União pretende também conceder a operação dos portos.

O modelo de concessão, desenvolvido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), prevê investimentos obrigatórios superiores a R$ 1,6 bilhão ao longo dos 35 anos de vigência.

Desse total, R$ 772 milhões estão destinados à dragagem de manutenção no Porto de Vitória e do terminal de Barra do Riacho. Os outros R$ 290 milhões irão para melhorias nos acessos terrestres aos portos.

Atualmente, o Porto de Vitória possui 14 berços de atracação e opera mais de 30 tipos de cargas, como fertilizantes, ferro gusa, combustíveis, malte e trigo, automóveis, rochas ornamentais, entre outros. Há ainda o serviço às embarcações offshore além de pátios para montagem e armazenamento de peças e equipamentos.

De acordo com os dados do relatório de administração da Codesa, em 2019, último dado disponível, a receita bruta do Porto de Vitória foi de R$ 154,63 milhões. Já a receita líquida ficou em R$ 137,63 milhões. Naquele ano, foram movimentadas mais de 6,9 milhões de toneladas em cargas.

Com o aumento da atividade no porto, as receitas também devem aumentar consideravelmente. Porém, ainda não há estimativas a esse respeito. Os estudos divulgados pela Antaq para a concessão não apresentam projeções de quanto a arrecadação crescerá durante a vigência do contrato.

Trajetória de crescimento

Segundo o Estudo de Mercado, considerando o cenário tendencial, a taxa média projetada de crescimento de movimentação de cargas é de 2% ao ano (a.a.). No curto prazo, o porto apresentará ainda uma taxa de crescimento mais acelerada, chegando a 6% a.a., devido à introdução de novos produtos, como a escória.

“Contudo, após 2025, a média da taxa de crescimento reduzirá para 1% a.a. Ao final do período (2060), a demanda projetada é de 18,9milhões de toneladas no cenário otimista e de 14,9 milhões de toneladas no cenário pessimista”, aponta o estudo.

O estudo mostra ainda que, em 2020, a participação de granéis sólidos minerais na projeção de demanda será de 42%. Até 2060, ela reduzirá, gradualmente, para 38%. Já as cargas transportadas em contêineres aumentarão sua participação de 33% para 36% e os demais tipos de carga não deverão apresentar mudanças significativas em suas participações relativas.

Fonte: A Gazeta