07/02/2025 11h07
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O transporte ferroviário de celulose registrou um crescimento de 26% em 2024, o maior entre as commodities movimentadas no país, segundo a Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF). O açúcar, segunda maior alta, avançou 15,8%. No total, o setor agrícola respondeu por um quarto do transporte ferroviário entre os diferentes segmentos da economia.
Apesar do avanço da celulose, o minério de ferro manteve a liderança em volume, representando 67,23% das cargas transportadas por ferrovias.
De acordo com Felippe Serigati, coordenador do mestrado profissional em Agronegócio da FGV, a expansão da celulose no país se deve ao aumento da oferta, impulsionado por investimentos estratégicos em Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. “Esse aumento de movimentação da celulose se dá principalmente porque temos aumentado a produção e acessado cada vez mais mercados”, afirma Serigati.
Empresas do setor têm investido em áreas de pastagens degradadas, adquirindo terrenos a preços mais vantajosos e ampliando a produção nacional. Esse cenário tem fortalecido a competitividade do Brasil no mercado internacional, ao lado do Chile. Como o ciclo da celulose é longo, em torno de sete anos, Serigati avalia que o crescimento da oferta deve se manter nos próximos anos, acompanhando o amadurecimento do setor.
Entre os investimentos recentes, destaca-se a operação Cerrado, da Suzano, em Ribas do Rio Pardo (MS), inaugurada há poucos meses. No local, a celulose é transportada por ferrovia até o Porto de Santos (SP).
Segundo Igor Guedes, analista de commodities da Genial Investimentos, a empresa reforçou sua estrutura logística com a chegada do Green Santos, maior navio dedicado à celulose do mundo, com capacidade de 72 mil toneladas, para atender ao aumento das exportações da fábrica.