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Gestão Pública

Chuvas causam 24 mortes no estado de São Paulo

Juntas, as oito cidades têm 902 áreas de risco mapeadas. Dessas, 290 tem risco alto ou muito alto

31/01/2022 16h25

Foto: Divulgação

As cidades que acumulam mortes causadas pelas no estado de São Paulo, juntas, acumulam 902 áreas de risco mapeadas para as chuvas, como deslizamentos e enchentes, aponta um levantamento realizado pela Globonews com base em estudos divulgados pela Defesa Civil do estado.

Dessas, 290 são áreas de risco considerado alto ou muito alto. No domingo (30), as fortes chuvas que atingiram o estado de São Paulo deixou 24 mortos. Das 24 vítimas em todo o estado, ao menos nove são menores de idade - sendo oito crianças e um adolescente.

A Defesa Civil do estado contabiliza 660 famílias desabrigadas (precisaram sair de casa e estão em abrigos) ou desalojadas (estão em casas de parentes).

Franco da Rocha é a cidade com mais áreas de risco, com 94 delas sendo consideradas de risco alto e muito alto. No domingo (30), um deslizamento de terra no município deixou oito mortos. Segundo a Prefeitura, seis vítimas foram resgatadas com vida e encaminhadas para os hospitais da região, até às 13h46 desta segunda-feira (31), outras 11 pessoas estavam desaparecidas.

Franco da Rocha

São 329 áreas de risco (sendo que 94 dessas apresentam risco alto ou muito alto) sendo:

  • 277 setores de risco de escorregamento
  • 7 setores de risco de solapamento de margens fluviais
  • 45 setores de risco de inundações e processos correlatos

Francisco Morato

São 164 áreas de risco (sendo que 66 dessas apresentam risco alto ou muito alto) sendo:

  • 128 setores de risco de escorregamento
  • 13 setores de risco de solapamento de margens fluviais
  • 23 setores de risco de inundações e processos correlatos

Embu das Artes

São 72 áreas de risco (sendo que 17 dessas apresentam risco alto ou muito alto) sendo:

  • 20 setores de risco de escorregamento
  • 6 setores de risco de solapamento de margens fluviais
  • 46 setores de risco de inundações e processos correlatos

Itapevi

São 228 áreas de risco (sendo que 97 dessas apresentam risco alto ou muito alto) sendo:

  • 162 setores de risco de escorregamento
  • 2 setores de risco de solapamento de margens fluviais
  • 64 setores de risco de inundações e processos correlatos

Arujá

São 89 áreas de risco (sendo que 14 dessas apresentam risco alto ou muito alto) sendo:

  • 65 setores de risco de escorregamento
  • 3 setores de risco de solapamento de margens fluviais
  • 21 setores de risco de inundações e processos correlatos

Ribeirão Preto

São 8 áreas de risco, sendo:

  • 7 de inundação
  • 1 de deslizamento (risco alto)

Jaú

1 área de risco de inundação (risco alto)

Várzea Paulista

11 áreas de risco.

Segundo o pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) Eduardo Macedo, o problema das regiões afetadas pelas fortes chuvas em São Paulo durante os últimos dias não é a falta de mapeamento, mas sim ações que mudem a situação desses locais uma vez que a área de risco é constatada.

Ele diz ainda que os problemas já são conhecidos e apontados há anos por diferentes estudos — como a construção de residências em morros e na beira de rios. Para o pesquisador, são situações complexas de serem resolvidas, pela grande quantidade de moradias irregulares em diversas cidades, e que demandam anos de trabalho e investimento.

Franco da Rocha tem o maior número de mortes confirmadas

O município de Franco da Rocha confirmou, até o fim da manhã desta segunda, a morte de oito pessoas em decorrência das chuvas. O número pode ser ainda maior, pois existem feridos e desaparecidos.

Durante todo o domingo, as equipes se mobilizaram no resgate de vítimas de um deslizamento de terra na Rua São Carlos, no Parque Paulista, que fica na divisa com Francisco Morato.

De acordo com o prefeito de Franco da Rocha, Nivaldo Santos (PTB), são mais de 10 desaparecidos na cidade. Segundo o prefeito, o local onde houve as mortes não estava classificado como de alto risco.

Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros usaram botes para resgatar moradores. Devido às fortes chuvas que atingiram a região, o Ribeirão Eusébio e o Rio Juquery transbordaram, deixando a área central da cidade alagada.

Na tarde deste domingo, voluntários cavavam a região afetada em busca de sobreviventes de deslizamento.

"A situação ainda é bastante preocupante, a água ainda não deu sinal de baixar. Estamos com várias solicitações de atendimento porque houve vários deslizamentos", disse Nivaldo da Silva Santos, prefeito de Franco da Rocha, em entrevista à GloboNews.

Segundo o Doutor Nivaldo, como é conhecido o prefeito, a chuva insistente ao longo da semana, com grande volume em um intervalo de 12 horas, causou o problema. "Foram mais de 115 milímetros de água, isso contribuiu para o deslizamento".

Caieiras

Em Caieiras, na Grande SP, as chuvas deixaram casas e ruas completamente alagadas. Muita gente ficou ilhada, e o resgate está sendo feito por tratores da Prefeitura e caminhões.

Os pontos de alagamento ainda deixaram muita gente presa no trânsito, impossibilitados de transitar pelas ruas. O acesso a outras cidades também está impossibilitado. A cidade registrou ainda um deslizamento de terra, em que ninguém ficou ferido.

De acordo com o prefeito Nivaldo da Silva Santos, toda a área baixa da cidade está alagada. Ainda não há número de desabrigados ou desalojados pelas chuvas.

Várzea Paulista

Cinco pessoas da mesma família morreram em Várzea Paulista, no interior de São Paulo, após a casa em que moravam, no Jardim Promeca, ser atingida por um desmoronamento. Uma grande quantidade de terra de um morro desmoronou e atingiu um dos quartos do casal e das crianças.

As vítimas são um casal e três filhos. O primeiro corpo encontrado foi de Ricardo Eugênio dos Santos, de 40 anos.

Em seguida, foram localizados os corpos da mulher dele, Tatiane Aparecida dos Santos e os três filhos, sendo uma bebê de 1 ano, e duas crianças de 10 e 12 anos.

De acordo com a Defesa Civil, na cidade choveu 88 mm nas últimas 72h. O bairro mais prejudicado foi o Jardim Promeca. As chuvas intensas em Várzea Paulista fez o Rio Jundiaí também invadir a Avenida Marginal.

Bauru

A chuva que atingiu a região de Bauru (SP) entre a noite de sábado (29) e madrugada de domingo (30) abriu uma cratera nos dois sentidos no acesso da Avenida Rodrigues Alves à Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros.

Segundo a Artesp (Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo), há interdição total da via que dá acesso a bairros da cidade também.

Os recursos anunciados pelo governador paulista serão destinados aos municípios de Arujá (R$ 1 milhão), Francisco Morato (R$ 2 milhão), Embu das Artes (R$ 1 milhão) e Franco da Rocha (R$ 5 milhão), na Região Metropolitana de São Paulo, e Várzea Paulista (R$ 1 milhão), Campo Limpo Paulista (R$ 1 milhão), Jaú (R$ 1 milhão), Capivari (R$ 1 milhão), Montemor (R$ 1 milhão) e Rafard (R$ 1 milhão), no interior do Estado.

Fonte: G1