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Entrevista

Cofic está otimista com o futuro do Polo Industrial de Camaçari

O complexo também foi atingido pelos efeitos danosos da pandemia, mas Érico Oliveira diz que já existem perspectivas de novos investimentos

21/02/2021 15h00

Foto: Divulgação

Apesar de reconhecer que a pandemia do novo coronavírus provocou problemas, como aconteceu com todos os segmentos da economia mundial, o Polo Industrial de Camaçari tem uma expectativa positiva em termos de futuro, especialmente porque os dirigentes do complexo apostam no grande potencial que o equipamento possui para atrair novos investimentos. O superintendente de Desenvolvimento e Comunicação do Cofic, Érico Oliveira, é otimista embora reconheça ser preciso superar desafios em algumas áreas estratégicas, como infraestrutura, matérias-primas e de logística (como redução de custos de energia).

Em entrevista exclusiva ao Modais em Foco, Érico Oliveira salientou o esforço que o Cofic desenvolveu para minimiza danos causados pela pandemia às empresas do complexo industrial, destacando “o nivelamento de informações, recomendações e procedimentos comuns entre suas associadas, de fundamental importância para prevenir e minimizar a propagação do vírus”. E confirmando o otimismo do Polo Industrial, ele informa que já começam a existir alguns sinais de interesse em investimentos novos, “ainda que em ritmo muito abaixo do que ocorria no passado, antes da pandemia”.

Como o Cofic participa de forma mais direta para atrair empresas que demonstrem interesse em se instalar no Polo Industrial de Camacari?

A porta de entrada dos empreendimentos que se instalam no Polo é a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), inclusive por conta das licenças que  precisam ser concedidas pelo INEMA. Mas, de maneira geral, o Cofic é procurado por investidores antes mesmo do início da implantação dos projetos, para mostrar, dentre outras informações, como funciona o Polo, seus sistemas integrados do Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA),  com destaque para o Plano de Auxílio Mútuo (PAM) e Plano de Atendimento Médico de Emergência – PAME (coordenados diretamente  pelo Cofic).  Há elevado interesse também nos sistemas de tratamento e descarte de efluentes e resíduos industriais, monitoramento do ar, monitoramentos de recursos hídricos,  que são gerenciados pela Cetral, com o apoio do Cofic. Para ter acesso a  esses programas, previstos na Licença de Operação do Polo, as empresas precisam se associar ao Cofic, que também desenvolve outras  atividades importantes como formação de mão de obra, em parceria com o Senai e outras instituições de ensino, e diálogo com as comunidades vizinhas Polo, com destaque para Camaçari e Dias D´Ávila.

Como são desenvolvidas as relações entre o Cofic e as autoridades públicas do nosso estado, especialmente com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE) de forma a atrair novos investimentos para o Polo Industrial de Camacari?

O Cofic mantém constante interface com a SDE, até porque ações importantes de melhoria de infraestrutura, a exemplo da recuperação e manutenção das vias internas do Polo e do Anel Florestal, são de responsabilidade daquela Secretaria. Mas, são abordados outros temas relevantes, a exemplo de preços competitivos de gás natural, de fundamental importância no processo de atração de novos investimentos para o Complexo Industrial. A interlocução com a SDE se dá inclusive de maneira formal, através da participação do Cofic no Funedic. O Cofic mantém ainda muito bom relacionamento com as prefeituras de Camaçari e Dias D´Ávila, inclusive dando contribuições na elaboração projetos de Lei que visam a atração de investimentos e para o desenvolvimento de programas voltados para o desenvolvimento e qualificação de fornecedores locais. No âmbito federal, a interface do Cofic inclui Abiquim e CNI (localmente tem a FIEB como importante parceiro em várias frentes de interesse das empresas do Polo, inclusive atração de novos investimentos).

Quais estratégias foram desenvolvidas pelo Cofic para participar das ações com vistas a colaborar com as empresas associadas em decorrência da pandemia?

O Cofic teve papel relevante para o nivelamento de informações, recomendações e procedimentos comuns entre suas associadas, de fundamental importância para prevenir e minimizar a propagação do vírus no Complexo Industrial. Fez isso com o suporte técnico da Coordenação do PAME – Plano de Assistência Médica de Emergência, da sua Comissão de Saúde do Trabalhador (CST) e de profissionais de SSMA das próprias empresas. A prioridade das empresas associadas ao Cofic, desde o início da pandemia, tem sido proteger seus integrantes e manter suas operações de maneira segura. O Cofic também deu importante apoio às associadas no processo de doações de respiradores ao Governo do Estado,  via FIEB, e em doações realizadas diretamente pelas empresas às prefeituras de Camaçari e Dias D´Ávila.

Quais os principais reflexos econômicos que a pandemia trouxe para as indústrias instaladas no polo?

Há casos em que os impactos foram atenuados pela demanda por  matérias-primas fabricadas no Polo de Camaçari, principalmente no segmento químico/petroquímico, utilizadas na fabricação de  materiais e equipamentos de uso médico-hospitalar, para prevenção e combate ao Coronavírus. Mas, de forma geral, os reflexos não são diferentes do que acontece mundialmente e no Brasil, com restrições de mercado e até mesmo fechamento de empreendimentos, como a Ford. Mas já começam a existir alguns sinais de interesse em investimentos novos, ainda que em ritmo muito abaixo do que ocorria no passado, antes da pandemia, o que reforça os desafios do Cofic e de suas associadas em focar nos programas e ações que contribuam para o aumento da competitividade do Complexo Industrial, principalmente nos campos da infraestrutura-estrutura, excelência em SSMA, qualificação de mão-de-obra, dentre outros.

Ocorreu algum caso de paralisação parcial ou fechamento definitivo das atividades de alguma empresa associada ao Cofic em decorrência da pandemia?

Sim. O fechamento da Ford ocorreu durante a pandemia.

Há risco do Polo Industrial de Camaçari passar por um processo de desindustrialização?

A expectativa do Cofic é positiva, levando em consideração o potencial de atratividade do Polo para novos investimentos. Mas para isso, é importante a superação de desafios existentes em áreas já citadas como infraestrutura, matérias-primas competitivas (gás natural), redução de custos de energia etc.

Como o Cofic vê a desativação da Ford, considerando ser ela a única montadora de veículos do estado?

Para o Cofic, o eventual encerramento de atividades de qualquer empresa associada no Complexo Industrial de Camaçari não é desejável. O fechamento da Ford é uma perda expressiva, até mesmo pela dimensão e importância do empreendimento.

De que forma o Cofic pode contribuir ou vem contribuindo na atração de alguma outra montadora de automóveis que tenha interesse em ocupar o espaço deixado pela Ford em Camaçari?

Para o Cofic, a instalação de novos empreendimentos para o Polo é sempre bem-vinda, mesmo de outros segmentos industriais.

Quanto representa a participação das empresas do polo em termos econômicos no PIB do estado?

A participação no PIB da Indústria de Transformação/Bahia é de 22% (referência anterior à pandemia).