Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Economia

Com alta e safra recorde, renda no campo sobe 37%

Os agricultores devem ter de lucro R$ 347,2 bilhões neste ano

24/11/2020 07h06

Foto: Divulgação

Enquanto a indústria, varejo e os serviços ainda mal conseguiram se recompor do baque provocado pela paralisação da atividade em razão da Covid-19, o campo comemora crescimento de 37% na receita obtida com a venda de grãos.

Produção recorde de mais de 250 milhões de toneladas, forte demanda externa puxada pela China e outros países asiáticos, preços internacionais da soja e do milho historicamente elevados e, principalmente, a desvalorização de mais de 30% do câmbio neste ano explicam a grande injeção de recursos no campo.

“Foi o alinhamento perfeito dos astros”, diz o economista Fabio Silveira, sócio da Macrosector, a respeito dessa combinação favorável de fatores que sustenta esse resultado.

O economista Fabio Silveira projetou quanto os agricultores devem ter de lucro neste ano. Serão R$ 347,2 bilhões com a venda das safras de soja, milho, arroz, feijão, trigo, algodão e outros grãos, levando em conta dados de produção do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e preços apurados pela Fundação Getulio Vargas (FGV), secretarias de agricultura e cotados na Bolsa de Cereais, entre outras fontes. É uma cifra 37,4% maior que em 2019, o maior crescimento em quase 20 anos. Só perde para 2003, quando o avanço na receita beirou 50%, também impulsionada pela desvalorização do câmbio.

O movimento é mais nítido sobretudo nos estados do Paraná, Goiás e Mato Grosso, fortes na produção de soja e milho e que registraram, de acordo com o estudo da consultoria, os maiores avanços nas receitas. O Paraná foi o que mais ampliou a receita agrícola de grãos este ano, com avanço de 53,8%, seguido por Goiás (36,3%) e Mato Grosso (33,2%). Já o Rio Grande do Sul ficou na lanterna, com avanço de 3,4%, por conta da quebra na safra.

A cotação da saca de soja, hoje na faixa de R$ 170, é o dobro em relação há um ano e está em níveis recordes. No milho, o quadro não é diferente. O preço da saca do grão em 2019 girou em torno de R$ 35 e, neste ano, a média é R$ 66. Como a cotação dessas commodities é definida no mercado internacional e em dólar, a desvalorização cambial aumenta o preço do produto em reais e coloca mais dinheiro para girar nas cidades do interior.

Fonte: Estadão