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As margens operacionais médias das nove principais companhias marítimas (que relatam lucros antes de juros e impostos, ou EBIT) caíram para 25,4% no último trimestre de 2024. Isso ocorre após uma queda acentuada nas taxas nos últimos dois meses do ano, causada por uma combinação de excesso de capacidade de transporte, incerteza sobre a situação política dos EUA, possíveis greves portuárias e condições sazonais de baixa temporada, relata a Alphaliner.

Como resultado, a lucratividade média das empresas de transporte caiu de 38,4% no terceiro trimestre, o que marcou o pico do ciclo atual.

Apesar disso, as margens operacionais permanecem em níveis historicamente estáveis. O setor de transporte de contêineres registrou uma margem média de 13,8% na última década, incluindo anos excelentes como 2021 e 2022 em meio à pandemia de covid-19. 

Enquanto isso, como a Alphaliner projetou em dezembro, 2024 terminará como o terceiro ano mais lucrativo na história do transporte de contêineres. Os lucros operacionais coletivos das companhias marítimas analisadas foram estimados em US$ 32,6 bilhões para 2024, ainda bem abaixo dos mais de US$ 100 bilhões gerados em 2021 e 2022, mas bem acima dos anos anteriores.

A companhia marítima sul-coreana HMM liderou o ranking de margem no quarto trimestre, registrando o maior aumento percentual nas tarifas em comparação a 2024. A US$ 1.606/TEUs, sua tarifa média por TEU cresceu 65%, já que as transportadoras transpacíficas registraram enormes lucros.

Em segundo lugar ficou a Wan Hai Lines, que registrou uma margem operacional de 31,2% no quarto trimestre. A empresa de navegação aumentou sua receita em impressionantes 61% em 2024, registrando lucro líquido anual de US$ 2,6 bilhões sobre receita anual de US$ 7 bilhões. 

A ZIM completa o top 3, com uma margem operacional de 30,4% no quarto trimestre. Ela também obteve um crescimento de receita anual de mais de 60% em 2024. Tanto a Wan Hai quanto a ZIM relataram perdas em 2023, e essa recuperação demonstrou as enormes flutuações potenciais na receita para linhas menores na rota Transpacífica, bem como o alívio que a crise do Mar Vermelho proporcionou a todas as operadoras.

O forte desempenho de todas as três companhias marítimas levou a Evergreen ao quarto lugar. A maior linha de navegação de Taiwan há muito tempo domina as classificações de margem, e esta é a primeira vez que a linha sai do top 3 desde 2022. Enquanto HMM, Wan Hai e ZIM se beneficiaram de uma forte injeção de custos mais baixos e capacidade nova e mais eficiente durante o ano, inversamente, as entregas perenes representaram uma proporção menor de sua frota e geraram crescimento de apenas 1% ano a ano, enquanto Yang Ming não recebeu nenhuma embarcação nova.

Sem indicações firmes da reabertura do Mar Vermelho, os resultados financeiros do ano atual dependerão principalmente disso, juntamente com a magnitude das novas entregas. Com exceção da Matson, as companhias marítimas relataram até agora um declínio acentuado nos lucros do ano atual.

Previsões para 2025 

A Maersk projeta um EBIT subjacente do grupo para 2025 na faixa de US$ 0 bilhão a US$ 3 bilhões, com o resultado final sendo determinado pelo momento da reabertura do Mar Vermelho. Essa variação indica um declínio nos ganhos em relação a 2024 entre 54% e 100%. 

A ZIM prevê um EBIT ajustado entre US$ 350 milhões e US$ 950 milhões até 2025. Isso representaria uma redução anual entre 63% e 86%.

Matson é, até agora, um caso atípico. Este operador de nicho prevê que os resultados do transporte marítimo serão semelhantes aos de 2024 se a interrupção do Mar Vermelho continuar até o final do ano, e apenas moderadamente menores se os trânsitos do Mar Vermelho se normalizarem até meados do ano.

A Cosco anunciará seus resultados finais do EBIT em 21 de março. Não se espera que sua margem operacional individual afete a margem do grupo.

A CMA CGM não publica mais o EBIT, mas ficou em sétimo lugar nos lucros do Ebitda no quarto trimestre, um pouco atrás da ONE, mas à frente da Maersk e da HapagLloyd.

Fonte: Mundo Marítimo