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Transporte Aquaviário

Companhias marítimas continuam com taxas e volumes em queda

Mas há esperança, devido a uma possível recuperação da procura no final de 2023

15/02/2023 14h48

Foto: Divulgação 

As tarifas da rota Transpacífico – uma das mais decisivas quando se trata de antecipar o comportamento do transporte marítimo mundial – mostram que as companhias marítimas continuam navegando contra o vento com tarifas para a rota Ásia-Costa Oeste dos Estados Unidos (USWC) caindo 1% (US$ 1.307/FEU), 91% abaixo do mesmo período do ano passado, segundo o Freightos Baltic Index (FBX). O número é bem abaixo dos níveis de 2019 e cuja tendência de queda continua. Enquanto isso, as taxas da Ásia-Costa Leste dos EUA (USEC) permaneceram em US$ 2.652/FEU, 84% mais baixas, em comparação com a mesma semana do ano passado.

Compreensivelmente, volumes menores levam a menos congestionamentos, pois mais navios chegam a tempo nos portos dos Estados Unidos. Este também é outro desenvolvimento desfavorável para as companhias marítimas, já que o alívio do congestionamento dos portos da Costa Oeste combinado com a queda na demanda torna impossível para eles cobrarem um prêmio por serviços forçados a “contornar” o USEC. No entanto, isso não é definitivo, pois caso a ameaça constante de disputa trabalhista no USWC acabe ocorrendo, esse ponto mudaria a favor dos armadores.

Diante da realidade atual, que não é outra senão a quebra de volumes, as companhias marítimas continuam a cancelar as saídas da Ásia ( blank sailings ) e mais ainda, estão a tomar outras medidas, como reduzir a velocidade dos navios e fazer rotas mais tempo para tentar reduzir a capacidade aos níveis atuais de demanda. O número de navios velhos demolidos também deve aumentar este ano. As projeções indicam que não haverá um “golpe de misericórdia” contra as companhias marítimas, uma vez que os volumes totais da Ásia em 2023 deverão ser apenas ligeiramente inferiores aos de 2022, o que implica que há uma expectativa de recuperação da demanda até o final de 2023.

As tarifas baixas em geral estão afastando as transportadoras menores da rota Trans-Pacífico que se envolveram quando a demanda estava crescendo. Conforme relatado pela FBX, algumas dessas linhas estão expressando preocupação de que a combinação de excesso de capacidade e queda na demanda possa levar a uma guerra de tarifas, na qual os concorrentes colocariam toda a sua ampla capacidade no oceano para pressionar os preços, para capturar a maior fatia de mercado possível e, aliás, quebrar a resistência das linhas de navegação menos competitivas.  

Ásia- Europa

De acordo com a FBX, a queda nos volumes da Ásia-Europa provavelmente contribuiu para uma queda de 15% nas taxas spot nesta rota de navegação em relação a duas semanas atrás (o último recorde marca uma queda de 15% para US$ 2.920/FEU, ou seja, 80% menor do que as taxas desta semana do ano passado, apesar da resistência das companhias marítimas que aumentaram o número de viagens em branco (cancelamentos de itinerário).

Rota transatlântica

Fora do eixo asiático do comércio marítimo global, os volumes na rota transatlântica permanecem resilientes e as taxas spot permanecem mais de 250% mais altas do que em 2019. Como a demanda caiu nas outras rotas comerciais, as linhas de navegação correram para transferir a capacidade para esta rota. O resultado é que a adição de mais navios porta-contêineres ajudou a reduzir as tarifas em 40% desde agosto. Além disso, relatórios indicam que as companhias marítimas também começaram recentemente a cancelar itinerários nesta rota, indicando que a capacidade já excedeu os níveis de demanda.

Carga aérea local

Na carga aérea, a demanda nas conexões transatlânticas está se comportando de maneira diferente de outras rotas, já que os volumes em janeiro foram 6% maiores do que no ano anterior, enquanto as importações aéreas dos EUA caíram 2%. Os volumes de importação aérea europeia em janeiro foram 9% menores do que em 2022, marcando a 13ª queda mensal consecutiva. No Freightos Air Index, as tarifas Ásia-Europa caíram para US$ 3,97/kg na semana passada, patamar 50% menor do que há um ano.

Assim como a demanda por carga aérea cai, especialistas do setor alertam que a capacidade das aeronaves de carga pode atingir uma década em breve, em parte impulsionada pelo crescimento extremo do comércio eletrônico no início da pandemia.

Alguns players como a FedEx já estão tomando medidas difíceis para corrigir a recessão no comércio eletrônico, reduzindo alguns serviços de entrega nacional.

Fonte: Mundo Marítimo