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Transporte Aquaviário

Complexo de Suape anuncia terminal de distribuição de GNL

Governo de Pernambuco assinou protocolo de intenções com a Golar Power Brasil

15/03/2020 10h33

Foto: Divulgação

O Porto de Suape, em Ipojuca, no Litoral Sul Pernambuco, ganhará, ainda este ano, um terminal de distribuição de gás natural liquefeito (GNL), em um projeto com orçamento global de R$ 1,8 bilhão. Desse total, o investimento na infraestrutura do complexo será de R$ 200 milhões. A expectativa é gerar 300 empregos diretos e indiretos na região.

É o que prevê um protocolo de intenções assinado pelo governo do estado com a Golar Power Brasil. A empresa é uma subsidiária do grupo Golar Power, considerado um dos maiores do mundo no setor.

O presidente do Porto de Suape, Leonardo Cerquinho, afirmou que o investimento privado engloba um navio. A embarcação está avaliada em R$ 1,6 bilhão e ficará atracada de forma permanente no cais de multiuso do complexo. Além disso, estão previstos investimentos de R$ 200 milhões em infraestrutura no complexo portuário.

“A empresa fará obras no cais e na área de caminhões, que pegarão o gás para levar para o interior pernambucano. Também estão previstos investimentos em dutos”, observou Cerquinho, ressaltando que não haverá contrapartida do governo.

A expectativa é transformar o complexo portuário em uma central de distribuição do produto para todo o Nordeste, segundo o governo estadual.

“A previsão é começar as operações em novembro deste ano, com a perspectiva de baratear o gás para as indústrias, podendo também chegar a até residências e abastecimento de veículos”, informou o presidente do porto.

Passos

O primeiro passo para a execução do projeto de distribuição do gás será dado a partir da chegada do navio, que já está praticamente pronto. O presidente do porto informou que ele será atracado e começará a carregar caminhões, que levarão o produto, a princípio, para Garanhuns, no Agreste, e Petrolina, no Sertão.

“Petrolina e Garanhuns são duas cidades que não têm, atualmente, estrutura da empresa de gás do estado, a Copergás”, explicou Leonardo Cerquinho.

O navio Golar Mazo tem capacidade de 135 mil metros cúbicos de gás e 290 metros de comprimento. Ele funcionará como supridor para abastecimento de isotanques, que são espécies de contêiner em forma de cisterna, montados em caminhões.

Os veículos farão a distribuição para cidades num raio de até mil quilômetros. O escoamento por caminhão chegará a um volume de 800 metros cúbicos de GNL por dia, o que equivale a, aproximadamente, 480 mil metros cúbicos de gás natural por dia, segundo o governo.

Além disso, navios de menor porte também vão ser abastecidos para fazer a distribuição para outros portos do Nordeste. Este será o segundo passo do projeto, segundo Leonardo Cerquinho. Os navios criogênicos de pequeno porte serão abastecidos por transbordo. Ou seja, entre as duas embarcações.

Esses navios menores têm 123 metros de comprimento e capacidade de armazenamento, em cada operação, de 7,5 mil metros cúbicos de GNL, equivalentes a 4,5 milhões de metros cúbicos de gás em estado natural.

Ainda de acordo com o estado, o GNL utilizado nas operações poderá ser importado do Catar, Nigéria, Golfo do México ou Trinidade e Tobago. O governo disse que, em até oito anos, existe a possibilidade de fazer a produção no Brasil, a partir da liquefação da produção doméstica de gás natural.

“Esse gás será comprado pela empresa, que informou ter interesse em buscar o produto com menor preço”, acrescentou Cerquinho.

A Golar Power Brasil destacou que o projeto é único para toda a região. O grupo ressaltou que é uma energia mais limpa e barata, que pode ser utilizada tanto pelo setor industrial, quanto na substituição da frota atual do transporte de cargas.

Movimentação

Com o novo terminal, a expectativa é aumentar a movimentação de cargas em mais de 500 mil toneladas por ano em Suape. Atualmente, o porto pernambucano é líder em granéis líquidos e gases do país, de acordo com o estado. Em 2019, chegou à marca de 23,8 milhões de toneladas, das quais 74% foram líquidos e gases.

O fornecimento da Golar Power, disse Cerquinho, também incluirá a instalação de equipamentos necessários para a regaseificação do produto. “Essa seria a terceira fase do projeto. Usar o gás e regaseificar para colocar na rede de distribuição da Copergás”, comentou.

O Gás Natural Liquefeito (GNL) é como se chama o produto que passa por um processo de refrigeração em temperaturas muito baixas. Ele é resfriado a -162ºC e tem redução de volume da ordem de 600 vezes, a ponto de mudar para a fase líquida.

O governo ressaltou que isso facilita o transporte e armazenamento do combustível de forma mais segura, pois não necessita de altas pressões.

“O GNL tem custos mais competitivos quando comparado ao GLP, óleo combustível, diesel, álcool e gasolina. É adotado como solução energética eficiente em diversos segmentos industriais”, destaca o presidente do Porto de Suape.

Empresa

A Golar Power é um empreendimento conjunto formado pela norueguesa Golar LNG e o fundo Stonepeak Infrastructure Partners, dedicada ao desenvolvimento de projetos integrados de terminais de regaseificação de gás natural liquefeito (GNL) e geração de energia.

A empresa é, de acordo com informações repassadas pelo governo pernambucano, a única a operar com GNL de forma integrada à geração de energia elétrica nos seus três segmentos.

São eles: upstream (liquefação flutuante de gás natural), midstream (transporte marítimo e rodoviário) e downstream (regaseificação e fornecimento de gás às diversas modalidades de cliente final).

Fonte: G1Pernambuco