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Gestão Pública

Covid-19: Casos de infecção avançam em 9 capitais

Em São Paulo internações já estão saturando a rede privada de hospitais e transbordando para o sistema público

14/11/2020 07h15

Foto: Divulgação

Nos últimos meses, o Brasil conseguiu manter a curva de estabilidade de novos infectados pela Covid-19, mas especialistas em saúde alertam que nove Estados da federação voltaram a registrar aumento preocupante no número de internações decorrentes do vírus, segundo levantamento do sistema InfoGripe.

De acordo com o levantamento, uma forte tendência (superior a 95%) de avanço da pandemia foi detectada em Florianópolis, em João Pessoa e Maceió. Houve uma probabilidade moderada de crescimento (maior que 75%) da Covid-19 em Belém, Fortaleza, Macapá, Natal, Salvador e São Luís.

Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, explica que “o Brasil voltou cedo demais à normalidade", em referência à flexibilização do isolamento social. "Por isso, nossa segunda onda pode ser mais grave do que a vista na Europa. Lá, o número de casos foi bastante reduzido até a pandemia atingir novamente a população. Aqui, nunca chegamos a um índice confortável, estacionamos em um nível alto. Então, se houvesse uma nova leva da doença, ela nos pegaria no meio de uma pista, e não no começo”.

São Paulo

O aumento de novas infecções já reflete nas internações em São Paulo. Na rede municipal de saúde, a taxa de ocupação de leitos de UTI chegou a 95% na quarta-feira (11), com 239 pacientes internados, o maior número desde o início da pandemia, em março.

Na rede privada, o aumento também é preocupante. O Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, que atende à população com alto poder aquisitivo, teve picos de até 120 internações em abril e viu o número cair para 80 em outubro. Agora, subiu outra vez para 120. Do total de doentes, 50 estão em UTI. Já o HCor chegou a internar cem pessoas por Covid-19 nos meses de pico. O número caiu para 18 —e agora voltou a subir, para em torno de 30 pacientes. 

A alta das internações em hospitais particulares tem uma razão. O inquérito sorológico feito pela prefeitura de São Paulo já havia ressaltado que os casos de infecção pelo novo coronavírus estavam crescendo nas classes A e B, que ficaram em isolamento durante a quarentena e agora relaxaram as medidas de proteção ao vírus, frequentando restaurantes, participando de grandes reuniões sociais, viagens e até festas com aglomerações. 

Nos bares da capital paulista frequentados pela classe alta e média, é corriqueiro ver aglomerações de descumprimento da determinação de isolamento de dois metros entre as mesas.