07/02/2022 07h03
Foto: Divulgação
O Brasil atingiu, neste fim de semana, uma taxa recorde de contágio pela Covid-19: 2,10. Este é um índice sem registro prévio no histórico da pandemia no país, de acordo com Wallace Casaca, matemático e coordenador da plataforma Info Tracker.
Em entrevista à CNN Brasil, o especialista explicou que o número elevado de novos casos vai continuar aumentando nas próximas semanas e apenas depois isso, é que as taxas começarão a cair.
"A notícia positiva é que a taxa vai começar a descer, a notícia negativa é que estamos num patamar muito alto. Com isso, a gente vai observar essa redução repercutindo nos óbitos, mas vai levar um pouquinho mais de tempo", completou Casaca.
Falta de testagem
Questionado sobre se a alta procura por exames de Covid no país pode influenciar na taxa contágio do coronavírus, Casaca explica que nunca houve um processo de testagem massiva no país.
"O que a gente observa agora é que as pessoas têm procurado laboratórios de saúde e farmácias [...] De fato, existe a contribuição das pessoas estarem procurando mais, mas, na verdade, o que faz com que esse aumento seja tão elevado na taxa de transmissão é a variante Ômicron", explicou.
O especialista aponta a vacinação como fator importante para que a taxa de óbitos não tenha atingido o mesmo patamar do início de 2021, quando o país registrou mais de 3 mil mortes diárias.
"A vacinação fez com que os nossos óbitos não atingissem as marcas tristes que observamos em março [de 2021], de três mil mortes. É claro que a gente não pode minimizar a Ômicron em momento algum. Muito provavelmente vai chegar a atingir mil óbitos por dia, o que é muito grave. Mas, por outro lado, a vacina acaba contribuindo de forma muito positiva para puxar esse dado para baixo cada vez mais rápido", explica.