Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Gestão Pública

Covid-19: Variante encontrada no Reino Unido já chega a 31 países

A faixa etária que agora está mais se infectando com essa variante do vírus é a de jovens com menos de 20 anos

02/01/2021 10h55

Foto: Divulgação

A variante do SARS-CoV-2, vírus causador da Covid-19, encontrada primeiramente no Reino Unido pouco antes do Natal já chegou a 31 países. Estudos indicam que ela é mais transmissível, mas especialistas afirmam que ainda não há indícios de que ela seja mais perigosa. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou que a análise inicial da nova cepa indica que ela pode se espalhar mais facilmente entre as pessoas, mas que estudos estão em andamento para determinar se ela está associada a mudanças na gravidade dos sintomas, resposta dos anticorpos ou mesmo eficácia das vacinas. 

Até o dia 30 de dezembro, a mutação denominada VOC-202012/01 (Variante de preocupação, ano 2020, mês 12, variante 01) foi registrada em 31 países.

Disseminação entre os mais em jovens

O virologista e professor da Universidade Feevale no Rio Grande do Sul Fernando Spilki comentou sobre a facilidade de transmissão dessa nova cepa e destacou que a faixa etária que agora está mais se infectando com essa variante do vírus é a de jovens com menos de 20 anos. 

“No Reino Unido eles estão comparando as taxas anteriores de transmissão dessa nova variante com a taxa de transmissão agora. O resultado é que antes era um pouco abaixo de 1 e agora estão com taxa de 1.3 e 1.7. Essa variação acima, onde mais gente está se infectando a partir de um único caso, é o que traz essa ideia que temos vistos em artigos - no Reino Unido o aumento de casos está entre 50 a 60%. Se lá atrás havia alguma dúvida de que essa nova cepa é mais transmissível, isso parece bastante claro agora”, afirmou o virologista, que coordena o trabalho de 50 pesquisadores em 12 universidades e centros de pesquisa brasileiros para o sequenciamento de variantes no Brasil. 

Spilki também ressalta que o relaxamento do comportamento social dos mais jovens está abrindo espaço para que o vírus da Covid-19 se evolua e exponha novas classes.

“Os mais jovens não necessariamente são mais suscetíveis a essa variação do vírus, todos na verdade são, mas acaba de sair agora à tarde um artigo da Universidade de Oxford que afirma que todas as faixas etárias são suscetíveis, mas impressiona no primeiro momento que em pessoas abaixo de 20 anos houve um registro importante de casos em uma faixa etária que antes era menos atingida pelo vírus. Isso revela dois alertas: isso não significa que os mais velhos não estão suscetíveis e parece que essa nova cepa se espalha melhor nos mais jovens, o que impactará certamente o retorno das aulas e a campanha de vacinação. O fato é que nós estamos dando espaço, campo livre, para que o vírus fique livre e evolua. Os surtos dessa variante estão relacionados ao relaxamento do comportamento social dos mais jovens. A própria variante da África do Sul parece ter sido muito beneficiada devido às festas de jovens e adultos. Isso é muito preocupante, estamos dando muita chance para que essa transmissão ocorra”, destacou o virologista. 

Questionado se essa nova cepa identificada em São Paulo pode ganhar espaço no resto do país, ele alerta: “Conhecendo o histórico de como as diferentes linhagens se disseminam no país, esse tráfego aéreo é a origem das linhagens que estão ganhando espaço no Brasil. Estamos investigando a geração de novas variações no Brasil também, mas será mais difícil que conseguir conter essa linhagem em São Paulo. O histórico mostra que as linhagens acabam se espalhando pelo país a partir desses polos de importação de pessoas que chegam infectadas”.

Fonte: CNI