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Transporte Aquaviário

Cruzeiro com 7 mil pessoas a bordo é bloqueado em porto da Itália

Casal de chineses foi isolado em enfermaria do navio com suspeita de coronavírus

30/01/2020 14h49

Foto: Guglielmo Mangiapane - Reuters

Quase sete mil pessoas, incluindo seis mil passageiros, estão bloqueadas em um navio cruzeiro no porto italiano de Civitavecchia, perto de Roma, por casos suspeitos de coronavírus a bordo, anunciaram as autoridades de saúde locais.

O ministério da Saúde nos alertou sobre possíveis casos e enviou três médicos a bordo para realizar os exames prévios, informou uma porta-voz do centro de saúde de Civitavecchia.

Os primeiros exames realizados na passageira, no entanto, teriam descartado que ela tenha contraído o coronavírus, segundo pessoas ligadas ao Ministério da Saúde italiano. “Tudo parece indicar que os primeiros resultados de laboratório indicaram negativo. Aguardamos, no entanto, um laudo definitivo”, adiantou uma fonte da pasta.

Especialistas do hospital Spallanzani, em Roma, referência em doenças infecciosas, explicaram que o resultado definitivo deve estar disponível em até 48 horas. Não se sabe se o casal chinês ficará isolado durante os próximos dois dias, nem se a embarcação permanecerá em Civitavecchia ao longo desse período.

O prefeito da cidade italiana, Ernesto Tedesco, solicitou aos passageiros que permaneçam a bordo até lá. “Tenho que proteger a saúde dos meus compatriotas”.

A empresa italiana Costa Cruzeiros, responsável pela viagem, confirmou que seis mil passageiros estão a bordo e as demais pessoas são integrantes da tripulação. Ela explicou que "ativou o protocolo para um caso suspeito relacionado a um hóspede de Macau atualmente a bordo do Costa Smeralda", segundo o comunicado da Costa Cruzeiros.

"A mulher, de 54 anos, foi colocada em um quarto isolado da enfermaria a bordo, juntamente com seu companheiro de viagem", informou.

A mulher, que viaja com o marido, é proveniente de Hong Kong e chegou na Itália via Milão, em 25 de janeiro. O casal está em isolamento no hospital de bordo do navio e é acompanhado por médicos do Instituto Lazzaro Spallanzani, especializado em doenças contagiosas.

As outras sete mil pessoas a bordo, entre passageiros e tripulantes, foram impedidas de descer do transatlântico por enquanto. O roteiro do navio já incluiu Marselha, na França, Barcelona e Palma de Mallorca, na Espanha, e Savona, na Itália.

“Estamos aguardando para conhecer o resultado das verificações ainda em curso, mas tudo que precisava ser feito foi feito. A situação está sob controle, e não há motivos para preocupações a bordo”, disse o comandante da Guarda Costeira na região do Lazio, Vincenzo Leone.

O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que o governo está preparado para adotar novas medidas se necessário, mas não detalhou quais seriam elas. “Não estamos alarmados, mas, sim, absolutamente vigilantes e cautelosos na condução desse caso”, disse Conte a repórteres durante uma agenda na Bulgária.

“É claro que estamos um pouco preocupados. Ninguém entra no barco, exceto os médicos. Essas férias correm o risco de acabar sendo um pesadelo”, disse um dos passageiros.

A China informou nesta quinta-feira o pior número de mortos em um dia, 38, devido ao novo coronavírus, enquanto a preocupação global cresce com o aumento do contágio.

A Organização Mundial da Saúde (OMS), que instou o "mundo inteiro a agir", se reunirá nesta quinta-feira para determinar se a epidemia constitui uma emergência internacional de saúde.

Fonte: O Globo