27/04/2020 16h10
Foto: Divulgação
A Delta Air Lines registrou perdas de US$ 534 milhões nos três primeiros meses do ano, primeira queda trimestral em mais de cinco anos. Tornou-se a primeira companhia aérea a relatar o impacto financeiro causado pela pandemia de coronavírus.
Segundo a companhia, a perda, excluindo itens especiais, chegou a US$ 326 milhões, em comparação com um lucro de US$ 639 milhões no ano anterior. A receita no trimestre caiu US$ 1,9 bilhão em comparação com igual período do ano passado, uma queda de 18%. As milhas voadas pelos passageiros pagantes caíram 17%, e o valor pago para voar cada uma dessas milhas caiu 13%, à medida que as tarifas recuaram no final do trimestre.
"O primeiro trimestre de 2020 foi realmente como nenhum outro em nossa história", disse o CEO Ed Bastian em comentários aos investidores. Mas o período foi apenas o começo dos problemas para a transportadora: a Delta confirmou seu aviso anterior de que espera queda de 90% da receita no trimestre atual, além de acreditar em anos de demanda reduzida por viagens.
"Embora todos desejemos prever o ritmo da recuperação, a verdade é que a recuperação será ditada pelo grau de segurança de nossos clientes, tanto física quanto financeiramente, para começar a viajar novamente", disse Bastian.
"Dados os efeitos combinados da pandemia e do impacto financeiro associado à economia global, acreditamos que pode levar até três anos para que tenhamos uma recuperação sustentável. "
A Delta e outras companhias aéreas estão cortando a maioria das rotas para o trimestre e mantendo em terra a maioria de seus aviões. A perda na Delta foi menor do que a previsão dos analistas de Wall Street.
A expectativa é de que todas as companhias aéreas dos EUA relatem perdas nos três primeiros trimestres deste ano, pelo menos. Estima-se que as perdas operacionais do primeiro trimestre para a indústria dos EUA atinjam pelo menos US$ 2 bilhões.
A United Airlines (UAL) já alertou que reportará um prejuízo operacional antes de impostos de US$ 1 bilhão no primeiro trimestre, com a demanda por viagens aéreas caindo para algo "em torno de zero".
O Congresso americano aprovou recentemente um pacote de alívio de US$ 50 bilhões para a indústria, com US$ 17,5 bilhões em subsídios federais e o restante em empréstimos.