02/09/2021 08h54
Foto: Divulgação
O número de desastres, como inundações e ondas de calor, causados pela mudança climática, aumentou cinco vezes nos últimos 50 anos, matando mais de 2 milhões de pessoas e custando 3,64 trilhões de dólares em perdas totais, informou a ONU em um relatório divulgado na quarta-feira (1º). Segundo o documento, mais de 91% das mortes aconteceram em países em desenvolvimento.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) afirma que seu "Atlas" é a análise mais abrangente sobre mortalidade e perdas econômicas provocadas por desastres vinculados a fenômenos meteorológicos extremos.
A OMM examinou cerca de 11 mil desastres ocorridos entre 1979 e 2019, incluindo grandes catástrofes como a seca de 1983 na Etiópia (o evento mais fatal, com 300 mil mortes) e o furacão Katrina em 2005 (o mais caro, com perdas de 163,61 bilhões de dólares).
O relatório mostrou uma tendência de aceleração, com o número de desastres aumentando quase cinco vezes da década de 1970 até a década mais recente, acrescentando sinais de que eventos climáticos extremos estão se tornando mais frequentes devido ao aquecimento global.
A OMM atribuiu a frequência crescente tanto às mudanças climáticas quanto à melhoria dos relatórios de desastres.
Os custos dos eventos também aumentaram de 175,4 bilhões de dólares na década de 1970 para 1,38 trilhão de dólares na década de 2010, quando tempestades como Harvey, Maria e Irma devastaram os Estados Unidos.
"O número de fenômenos extremos está aumentando. Devido à mudança climática, estes serão mais frequentes e severos em muitas partes do mundo", afirmou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.
Mas enquanto os perigos se tornaram mais caros e frequentes, o número anual de mortes caiu de mais de 50 mil na década de 1970 para cerca de 18 mil na década de 2010, sugerindo que um planejamento melhor estava valendo a pena.
“Sistemas aprimorados de alerta precoce de múltiplos perigos levaram a uma redução significativa na mortalidade”, acrescentou Taalas.
A OMM espera que o relatório seja usado para ajudar os governos a desenvolver políticas para melhor proteger as pessoas.
O relatório também aponta que apenas metade dos 193 membros da OMM têm sistemas de alerta precoce de múltiplos perigos.