Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Entrevista

Energia renovável reduz custos e reafirma o compromisso ambiental

A afirmação é de Sergio Santos, gerente executivo de Relações com Investidores e Relações Institucionais da Unipar

12/11/2022 11h00

Foto: Divulgação

Prestes a completar seis décadas na produção de cloro, soda, derivados e PVC a Unipar tem na Bahia uma importante base para a sua estratégia ESG – de responsabilidade ambiental, social e de gestão. É aqui no estado que a empresa está implantando um complexo eólico para ter acesso a energia de fonte renovável. E no caso da Unipar, eletricidade é um insumo de produção, explica Sergio Santos, gerente executivo de Relações com investidores e Relações Institucionais da empresa. Além disso, o grupo projeta construir em Camaçari a sua primeira unidade greenfield (partindo do zero) fora do estado de São Paulo. 

Sérgio Santos, com 35 anos de experiência nas áreas de Planejamento e Finanças. É formado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ/1987) e concluiu mestrado em Engenharia Econômica na mesma instituição (1989). Também exerce cargo de Diretor Financeiro na Tucano Holdings, associação UNIPAR e AES para a produção de energia eólica em Tucano, na Bahia.

Veja a seguir a entrevista concedida por Sérgio Santos ao jornalista Donaldson Gomes, do jornal Correio.

Recentemente, a Unipar anunciou a chegada à Bahia, através de um empreendimento para a produção de energia eólica. Como está o processo de implantação do parque? Quando se inicia a operação?

Anunciamos no final de 2019 a construção do complexo de geração de energia eólica na Bahia, o projeto Tucano. Realizado por meio de uma Joint Venture com a AES Brasil, o complexo terá capacidade instalada de 155 megawatts (MW) médios, dos quais 60 MW médios equivalentes fazem parte do contrato de 20 anos para a autoprodução de energia elétrica por meio de fonte de energia limpa com a Unipar. A previsão é de que o projeto esteja em operação no início de 2023.  

Qual é o investimento da empresa no empreendimento, qual o impacto econômico estimado e o volume de empregos gerados?

O investimento em Tucano foi de R$ 700 milhões, sendo R$ 350 milhões referentes a Unipar, no período de construção, gera cerca de mil empregos.

Qual a importância da energia elétrica para a operação de vocês? Que diferença faz poder usar energia de uma fonte renovável?

Os insumos base para a nossa produção são energia, sal e água, sendo assim, a energia se faz fundamental para a Unipar. E por esse motivo, buscamos constantemente desenvolver novos projetos e estudos sobre eficiência energética em todas as nossas áreas operacionais. O uso de energia renovável nesse processo além de reduzir os custos operacionais, reafirma o nosso compromisso de migrar para 60% de energia de fonte renovável e com isso ter 65% do volume de produtos fabricados com energia elétrica renovável até 2025. Um exemplo de como o nosso esforço tem trazido resultados, neste ano, o foco no uso de energia renovável garantiu à companhia o título de única empresa brasileira no ranking dos maiores consumidores de energia limpa do mundo, elaborado pela Bloomberg New Energy Finance. A Unipar comprou 239 megawatts de energia solar e 91 megawatts de energia eólica no ano passado.

Este investimento atende às expectativas de vocês, ou há planos para novos projetos de produção de energia limpa e renovável?

Além do Complexo Eólico Tucano, na Bahia, temos outros dois projetos para autoprodução de energia elétrica renovável, sendo outro parque eólico no Rio Grande do Norte e um solar em Minas Gerais.

A Bahia é um estado que concentra um volume considerável de indústrias químicas e petroquímicas. Vocês têm planos para o estado, além da produção de energia?

Sim. Como uma empresa líder na produção de cloro e soda e segunda maior produtora de PVC na América do Sul, estamos sempre estudando as oportunidades do mercado. Recentemente, anunciamos a construção de uma nova fábrica que será implementada no Polo Industrial de Camaçari e terá capacidade instalada de 20 mil toneladas de cloro por ano e 22 mil toneladas de soda cáustica/ano. Nosso primeiro projeto greenfield será pioneiro no estado com a utilização da tecnologia de membrana para a produção de cloro e soda. Isso reforça nosso propósito de ser confiável em todas as relações, estando mais perto dos clientes da região Nordeste e utilizando uma tecnologia mais avançada e ainda não aplicada no estado.

Como a Unipar enxerga a pauta ESG e o que a empresa tem feito para atender esta agenda?

Os projetos em andamento na Bahia caminham lado a lado aos nossos esforços em trazer as preocupações com a pauta ESG para o centro do negócio. Nesse sentido, contribuirão com alguns dos principais compromissos apresentados durante a divulgação do nosso primeiro relatório de sustentabilidade: alcançar 65% do uso de energia elétrica de fonte renovável; reduzir em 30% as emissões de CO2; acelerar o acesso à água limpa e ao saneamento; ter 80% do ácido clorídrico fabricado a partir de hidrogênio verde. No total, cerca de R$ 1,4 bilhão será investido em mais de 30 projetos relacionados à sustentabilidade até 2030. Dentre as principais metas estão a redução em 30% menos emissões de CO2 nos escopos 1 e 2 até 2030 (Net Zero até 2050); de atingir 65% de energia de fonte renovável até 2025; ter 2 milhões de pessoas positivamente impactadas com projetos até 2025; 100% dos fornecedores homologados e cumprindo critérios de sustentabilidade até 2025; além de 15% de redução do uso de água, com 15% de reuso até 2030.

Quais são os maiores desafios para uma atuação responsável ambientalmente, socialmente e de governança?

Na Unipar, nosso propósito é ser um agente de transformação para um futuro sustentável. Por isso definimos o desenvolvimento humano e o saneamento como principais temas para os próximos dez anos. Alinhado a este objetivo, pretendemos contribuir com a evolução dos projetos relacionados ao Marco do Saneamento – que visa garantir acesso à água potável a 99% dos brasileiros e coleta e tratamento de esgoto para 90% da população até 2033. Em nosso relatório de sustentabilidade, divulgamos todas as metas e os compromissos com o intuito de conectar todo o nosso ecossistema – clientes, fornecedores, colaboradores, acionistas e a comunidade – para uma atuação sustentável.

Publicado no Correio