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Logística

Evento debate soluções logísticas em webinar nesta segunda

Especialistas vão debater sobre os principais gargalos logísticos e soluções no Correio Talks

29/06/2020 10h18

Ex-senadora Ana Amélia diz que passivo logístico do país é elevado - Foto: Divulgação

Passa ano, passa governo e os gargalos da infraestrutura do Brasil não mudam, devido ao baixo volume de investimento no setor, que não é suficiente para a manutenção do estoque existente. A logística é um dos principais custos que pesam na queda da competitividade do país. Dependente do transporte rodoviário, o Brasil precisa melhorar a integração com outros modais para ser mais eficiente e para ganhar novos mercados.
Em tempos de uma crise econômica sem precedentes provocada pela pandemia de Covid-19, que deve derrubar o Produto Interno Bruto (PIB) em 9,1%, pelas estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o Brasil precisará de uma estratégia bem elaborada para se preparar para o aumento da concorrência que virá na retomada dessa crise que abateu o país em um momento de baixo crescimento, de acordo com especialistas.
Desde a recessão de 2015 e 2016, a soma dos investimentos públicos e privados em infraestrutura não passou de 2% do PIB, de acordo com dados da consultoria Inter.B. O grande desafio do país, quando a pandemia for controlada, será atrair o investidor privado para, pelo menos, dobrar esse percentual que somou pouco mais de R$ 130 bilhões no ano passado, a fim de reduzir os custos no transporte de mercadorias do centro do país para os portos.
“Um dos maiores desafios para que o país volte a crescer é a logística mas, assim como o Brasil, a maioria das economias, inclusive as desenvolvidas, também estará se preocupando em atrair investimento em infraestrutura. E, para competir pelo capital externo, o país precisará apresentar bons projetos e que tenham segurança jurídica”, analisa o consultor Jorge Bastos, ex-diretor presidente da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e ex-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL).

Ele reconhece que os últimos anos apresentaram alguns avanços, como a privatização de aeroportos e a conclusão da BR 163, ligando Mato Grosso ao Pará — que acabou criando uma opção de saída da produção de grãos do Centro-Oeste pelo Arco Norte, com aproveitamento da hidrovia. “As obras foram iniciadas no governo Michel Temer e foram concluídas no ano passado. Isso permitiu uma redução no custo do frete em torno de 20%”, destaca.
Borges será um dos participantes do webinar que será realizado pelo Correio, nesta segunda-feira (29/6), a partir das 15h, para discutir a importância de bons projetos de infraestrutura. Especialistas dos setores público e privado vão debater sobre os principais gargalos logísticos e soluções no Correio Talks: Portos e fronteiras do Brasil: infraestrutura logística e competitividade. A transmissão será ao vivo, por meio do site www.correiobraziliense. com.br/correiotalks e pelas redes sociais do jornal. 
O evento tem parceria com a Federação Nacional dos Despachantes Aduaneiros (Feaduaneiros) e, além de Borges, conta com a participação de Renato Casali Pavan, sócio fundador e presidente da Macrologística; Elena Landau, advogada e economista e ex-diretora da área de Desestatização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); Ana Amélia Lemos, ex-senadora do Partido Progressista (PP-RS); Jairo Misson Cordeiro, da Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Portuária e Ferroviária do Tribunal de Contas da União (TCU) e Áureo Emanuel Pasqualeto Figueiredo, engenheiro e diretor da Faculdade de Engenharia da Universidade Santa Cecília (Unisanta). Os interessados poderão fazer perguntas aos convidados.
Passivo
A ex-senadora Ana Amélia reforça que o passivo da logística ainda é muito elevado. “Esse é um problema de décadas e o país não pode mais perder tempo. Houve alguns avanços, mas é preciso dar continuidade nos processos de concessão e de privatização”, defende. Ela cita como exemplo de gestão privada eficiente o Porto Seco de Uruguaiana, na fronteira do RS com a Argentina, por onde passam mais de 500 caminhões por dia.  “Houve investimentos e os processos melhoraram, pelo menos, do lado brasileiro. Mas, há muito ainda a ser melhorado na infraestrutura, de modo geral. Para um caminhão carregado de grãos chegar ao Porto de Santos ou ao Porto de Paranaguá ainda é complicado. E os caminhões são silos. Ficam parados no porto para a exportação de grãos, porque o país não tem silos para armazenagem”, pontua.

Fonte: Correio Braziliense