Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Transporte Aquaviário

Expectativa das companhias marítimas é fechar um 2024 lucrativo

Limitações de espaço sustentadas podem permitir manter as taxas elevadas até outubro

10/05/2024 07h55

Foto: Divulgação

Abril permaneceu relativamente calmo, com flutuações mínimas nas taxas spot e ampla disponibilidade de espaço nos navios. Contudo, no final do mês registou-se uma redução notável, sugerindo uma recuperação da procura. O recente anúncio de um aumento geral da taxa (GRI) de US$ 2.000 pelas companhias marítimas, que, segundo rumores, incentiva a rescisão dos contratos de longo prazo restantes, indica uma possível queda nos compromissos de quantidade mínima exigida (MQCs) pelas companhias marítimas para os beneficiários proprietários de carga (BCOs). Apesar do exposto, o analista do setor marítimo portuário e logístico Jon Monroe destaca que os operadores se posicionaram favoravelmente em abril, preparando o terreno para aumentos sustentados das tarifas spot e obtendo, contra todas as previsões traçadas, rentabilidade ao longo do ano.

Anteriormente, as companhias marítimas tinham reduzido as tarifas spot em março e abril, provavelmente com o objetivo de manter o fluxo de contêineres. No entanto, com o aumento das reservas de contêineres na Ásia e o aumento das taxas spot, a questão mais pertinente a colocar é se o aumento das taxas persistirá. 

De acordo com Monroe, as taxas à vista aumentaram, criando uma disparidade significativa com as taxas dos contratos de longo prazo que negociam com os BCOs. No entanto, se o espaço se tornar escasso devido ao aumento da procura, os BCO poderão necessitar de espaço a taxas ainda mais elevadas. 

Mas o analista alerta que, embora a procura pareça estar a aumentar, a sua manutenção ao longo do tempo permanece incerta neste momento. “Embora seja prematuro fazer projeções definitivas, as limitações de espaço sustentadas poderiam efetivamente permitir que as companhias marítimas mantivessem taxas elevadas até outubro”, diz ele. 

“Essa estratégia poderia ter feito parte das intenções das companhias marítimas desde o início? Só o tempo dirá”, reflete Monroe.

Taxas à vista em alta 

As taxas à vista têm aumentado acentuadamente. A partir de 1º de maio, sua média cresceu para US$ 4.400 para a Costa Oeste dos EUA (USWC) e US$ 5.450 para a Costa Leste dos EUA (USEC), um aumento surpreendente de cerca de US$ 1.700. Neste ponto Jon Monroe salienta que, tendo em conta a grande procura de espaços e os contratos ainda pendentes de finalização, “a situação é um pouco caótica” pelo que se abstém de tentar resolver o enigma do comportamento da procura durante este ano. 

No entanto, sustenta que uma parte importante da atribuição de espaço, através de contratos de longo prazo, para a primeira quinzena de maio já está comprometida, o que dá uma vantagem antecipada às companhias marítimas. Em suma, salienta que parece que as companhias marítimas se posicionaram favoravelmente este ano e que “se conseguirem manter uma capacidade apertada, terão um ano próspero”. 

“Quem poderia ter previsto essa reviravolta?”, pergunta Monroe.

Mudanças são projetadas no Top 10

De acordo com a análise de Jon Monroe, as companhias marítimas estão a adaptar estratégias sem precedentes, que as levam a remodelar o panorama da indústria. Por exemplo, a MSC avançou, com uma capacidade substancial e uma quota de mercado de 19%, enquanto a Maersk está a seguir um caminho diferente, com o objetivo de se tornar o principal integrador logístico de ponta a ponta. 

A abordagem cautelosa da Maersk ao crescimento empurrou-a para a segunda posição na sua corrida pela capacidade, seguida pela CMA CGM em terceiro. No entanto, ao considerar a capacidade existente e planeada, a CMA CGM surge como o segundo maior interveniente, com a Maersk a cair para o terceiro lugar.

Entretanto, a Hapag-Lloyd declarou corajosamente a sua ambição de garantir uma formidável quinta posição no mercado. No entanto, sem um aumento significativo nas encomendas de construção naval, corre o risco de ficar para trás na batalha a três pelo quinto lugar, podendo mesmo contentar-se com o sétimo lugar. Isso porque poderá ser superada tanto pela ONE quanto pela Evergreen, que, ao considerar a capacidade existente e encomendada, estão localizadas nas posições cinco e seis, respectivamente.

Fonte: Mundo Marítimo