09/09/2023 11h26
Foto: Portos RS - Divulgação
O Porto de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, registrou um crescimento de 800% nas exportações de gado vivo de janeiro a julho deste ano em comparação com o mesmo período de 2022.
Até julho, foram exportadas 120 mil cabeças, em contraste com pouco mais de 10 mil no mesmo período anterior.
Segundo a Portos RS, estatal que gerencia o sistema hidroportuário do Rio Grande do Sul, o aumento nas exportações de gado vivo está relacionado à qualidade das raças e ao cumprimento dos padrões sanitários.
Além disso, países importadores com escassez de proteína recorrem ao gado vivo devido às limitações de refrigeração, permitindo que os animais mais jovens terminem seu desenvolvimento no destino.
No início de setembro, a unidade Rio Grande da Portos RS realizou duas operações de embarque de gado viva. Os navios MV Gulf Livestock II e Anna Marra foram os protagonistas dessas movimentações, levando um total de 26.379 cabeças de gado em direção à Turquia.
O MV Gulf Livestock II embarcou 7.111 animais em dois dias, enquanto o MV Anna Marra carregou 19.268 bovinos.
Foto: Portos RS - Divulgação
Exportação total de carne bovina no Brasil
As exportações totais de carne bovina do Brasil (entre in natura e processada) em agosto somaram US$ 962,2 milhões, valor 29% abaixo do verificado em igual mês do ano passado, quando o País faturou US$ 1,359 bilhão com as vendas externas da proteína vermelha.
As informações são da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), que justifica a forte queda de faturamento com o valor mais baixo pago pela tonelada da carne bovina no mês passado: US$ 4.188 ante US$ 5.909 em agosto de 2022, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Em volume, os embarques externos em agosto ficaram praticamente estáveis em relação a igual mês do ano passado. No oitavo mês de 2023, o Brasil exportou 229.774 toneladas, -0,16% ante as 230.144 toneladas em agosto de 2022.
A Abrafrigo informa, ainda, com base em dados compilados da Secex, que de janeiro a agosto deste ano a receita obtida com exportação total de carne bovina somou US$ 6,772 bilhões, valor 23% abaixo do faturado em igual intervalo de 2022, que foi de US$ 8,820 bilhões. Em volume, neste ano até agosto foi exportado 1,511 milhão de toneladas e, no acumulado de 2022 até agosto, 1,519 milhão de toneladas.
A China segue sendo o principal importador de carne bovina do Brasil, embora tenha desembolsado menos para adquirir o produto brasileiro entre janeiro e agosto. Neste intervalo, as aquisições chinesas da proteína animal somaram 727.565 toneladas, ou -7,5% ante 786.543 toneladas no acumulado de 2022 até agosto. Já em dólares, o gigante asiático desembolsou US$ 3,571 bilhões até agosto, ou 32,84% menos em comparação com o acumulado entre janeiro e agosto de 2022, de US$ 5,317 bilhões.
Neste sentido, a Abrafrigo observa que a participação chinesa no total das receitas com as exportações brasileiras caiu de 60,3% em 2022 para 52,7% em 2023. “A expressiva queda de 32,84% nas receitas com as exportações para a China é explicada em grande medida pelos menores preços médios praticados este ano com o país asiático, que apontam queda de 27,4% no acumulado dos primeiros oito meses do ano”, cita a Abrafrigo. “No comparativo entre os meses de agosto de 2023 e 2022, os preços médios das vendas para a China passaram de US$ 6.485 por tonelada para US$ 4.435/t (queda de 31,6%).”
Já os Estados Unidos seguem firmes nas importações de carne bovina brasileira. Neste ano, até agosto, os norte-americanos importaram 164.382 toneladas de carne bovina do Brasil, volume 33,91% acima de igual período de 2022, com 122.760 toneladas importadas. A receita obtida, porém, também foi mais baixa, cedendo 8,8%, de US$ 691,9 milhões no acumulado de 2022 para US$ 631 milhões de janeiro a agosto de 2023.