09/12/2021 14h28
Foto: Tecon Salvador - Divulgação
Com embarques perdendo volume, mas preços resilientes em elevados patamares, as exportações baianas alcançaram em novembro US$ 843,1 milhões, com alta de 11,9% sobre o mesmo mês do ano passado. Os embarques, porém, foram 23,7% inferiores na mesma base de comparação, em níveis ajustados tanto pela desaceleração da economia mundial, como também à entressafra e ao peso dos produtos agrícolas na pauta de exportação baiana. As informações foram analisadas pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan).
Puxada pelos combustíveis, que subiram 520,3% em novembro, as importações em novembro voltaram a ter forte avanço, chegando a US$ 905,5 milhões e crescimento de 78,2% frente a novembro de 2020.
As compras externas estão refletindo em cheio os preços altos das commodities energéticas, entre outros itens, reflexo de gargalos logísticos e de produção que persistem no cenário global, que fizeram com que os preços médios em dólar das importações acelerassem a alta nos últimos meses, inclusive superando os do período pré-pandemia.
No acumulado do ano, as exportações da Bahia chegaram até US$ 9,14 bilhões, com crescimento de 28,5% sobre o mesmo período de 2020, devendo atingir ou até superar, ao final do ano, seu melhor resultado desde 2013, quando alcançaram US$ 9,6 bilhões. Em relação a 2020, o crescimento deve chegar a 25%, ano em que o comércio mundial, assim como outras atividades, foi devastado pela pandemia.
Esse cenário positivo para as exportações em 2021 só foi possível devido a fatores como: a manutenção da alta no preço das commodities, a recuperação global da economia, principalmente no primeiro semestre, e ao câmbio desvalorizado, que se mantém consistentemente acima de R$ 5,50/US$ devido às incertezas econômico-fiscais/políticas, tanto deste ano, como, e principalmente ao próximo.
Apesar de a moeda nacional ainda estar fortemente desvalorizada e os preços médios dos embarques se apresentarem em níveis relativamente altos – variação de 30,3% até novembro, comparados ao mesmo período do ano anterior, o aumento dos custos de produção (energia, insumos e logística), deve corroer parte dos ganhos ao exportador.
De janeiro a novembro, as vendas externas foram lideradas pela soja e seus derivados com incremento de 37,7%, seguido pelos derivados de petróleo, petroquímicos e produtos minerais que foram beneficiados pela alta de preços no mercado internacional, e cresceram 23,4% e 67,8% e 215,5%, respectivamente.
A China permanece liderando como principal mercado para as vendas externas do estado com 28,1% de participação no ano e crescimento de 19,8%. É seguida agora pelos EUA com (11,7%) e (41,5%), por Singapura que está com (11,3%) e (18,1%) e pela Argentina com (5%) e (17,5%), respectivamente.