29/05/2021 09h24
Foto: Volvo - Divulgação
A falta de peças e insumos para a indústria de caminhões deve ser resolvida até o fim de 2021, de acordo com o presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Carlos Moraes. Segundo ele, aos poucos as empresas estão aumento a produção.
Moraes afirma que “não existe uma resolução do dia para a noite”. “Um dos maiores entraves é a falta global de semicondutores”, pondera.
Segundo Moraes, as montadoras estão atuando em várias frentes para reduzir a questão da falta de componentes, que tem causado filas de espera para caminhões novos.
O presidente da Anfavea ressalta que o mercado de caminhões pode crescer ainda mais nos próximos anos. “Vejo com bons olhos os R$ 240 bilhões que estão sendo investidos em concessões e em obras de infraestrutura. Isso deverá trazer mais vendas de caminhões.”
Solução caseira
A VWCO por exemplo, relata falta principalmente de semicondutores, aço e plástico. Para driblar o problema, a empresa vem atuando cada vez mais com seus fornecedores. A ideia é buscar alternativas para reduzir os impactos da falta de peças.
A Foton, que traz boa parte dos itens de seus caminhões da China, também teve problemas. Contudo, a empresa informa que os maiores gargalos foram resolvidos. Agora, o obstáculo está ligado à logística. Segundo a Foton, falta espaço nos navios e, com isso, o custo dos contêineres subiu muito. A companhia está conseguindo resolver a questão por meio de conversas com a matriz na China.
Para a Mercedes-Benz, o fornecimento de matérias primas é um dos maiores desafios para as fabricantes de caminhões. O maior gargalo sãos os itens eletrônicos, principalmente semicondutores e chips.
A Mercedes-Benz também relata a falta de alguns produtos químicos, de metalurgia e polímeros. Porém, a empresa informa que o problema vem sendo contornado, por meio de uma atuação mais próxima aos fornecedores.
A empresa criou um comitê que reúne várias áreas, com o objetivo de monitorar os processos de abastecimento e produção, como também reduzir os riscos de falta de itens.
A Iveco informa que, para enfrentar os problemas com fornecimento, adotou medidas como a importação de componentes. A empresa vem buscado até novos parceiros.
Como as montadoras de caminhões, a indústria de implementos rodoviários está tentando equilibrar os preços. Mas, o problema é mais ligado à alta dos preços, sobretudo o do aço que subiu mais de 100%.
O presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), José Carlos Spricigo disse que o setor celebra a alta demanda. Ele destaca que é difícil fazer previsões sobre preços. “A empresa recebe o pedido, mas não sabe qual será o custo na hora da entrega.”
Spricigo diz que as implementadoras tiveram de se reinventar, por causa da escassez de pneus, quinta roda e de cilindros. Ele afirma que em 2021 está ocorrendo a consolidação da recuperação do setor.
Fonte: Estradão