25/11/2022 10h07
Foto: Divulgação
As vendas online na Bahia devem registrar faturamento de R$ 7 bilhões em 2020, segundo cálculos realizados pela Fecomércio-BA, com base nos dados das principais empresas que monitoram o e-commerce no país e nas informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a pesquisa, os setores que mais movimentam o setor no estado são similares ao que ocorre em âmbito nacional, com destaque para o segmento de moda e beleza e o de eletrodomésticos e eletrônicos.
De acordo com o Fecomércio-BA, apesar do resultado, a relação entre o varejo online e o físico representa pouco mais de 6% no estado, que tem faturamento projetado, para 2022, de R$ 114 bilhões.
O consultor econômico da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, reforça o entendimento de que “o e-commerce é um essencial aliado das lojas físicas e não um competidor, como está, em grande parte, no pensamento das pessoas. Não é incomum ouvir que o varejo online vai acabar com o comércio físico, e isso não é verdade”.
O economista ressalta ainda que esse percentual, certamente, tem potencial para crescer ao longo dos próximos anos, mas são dois setores que precisam um do outro.
“Hoje, muitos consumidores buscam preço e características nas lojas pela internet para comprar num espaço físico. E o inverso é verdadeiro, dos consumidores usarem as lojas físicas para avaliarem o produto real, para depois efetivarem a aquisição pelo online”, destaca Dietze.
Não somente na Bahia, mas em todo o Brasil, há um crescimento constante do mercado digital por mais de uma década e por diversos fatores, tais como:
Democratização da internet: com os investimentos feitos pelas empresas de tecnologia nas últimas duas décadas, o barateamento do serviço de internet permitiu o acesso de grande parte da população que, hoje, pode entrar pelos computadores e, principalmente, pelos celulares, formando um imenso mercado consumidor.
Bancarização da população: o crescimento de pessoas abrindo contas em bancos permitiu o acesso à mais formas de pagamento e que impulsionam as vendas online, como é o caso do cartão de crédito e débito. Além disso, mesmo que os boletos consigam ser pagos diratamente no caixa, sem a necessidade da conta, a facilidade de fazer através de um sistema bancário contribui para as vendas online.
Marketplaces
Hoje muito difundido e que abriu portas à muitos empresários, os marketplaces, como o Marcado Livre, Amazon, Magazine Luiza, Casas Bahia, entre outros, têm ajudado – e muito – os pequenos e médios empresários a colocarem seus produtos em vitrines importantes, em vez de gastar com uma comunicação e site próprios.
Pandemia e o Empreendedorismo
O comércio eletrônico se tornou uma grande alternativa aos consumidores durante a pandemia, dada as restrições do varejo físico. Além disso, muita gente que perdeu o emprego foi buscar exatamente no mercado online uma forma de recolocação profissional. Ou seja, o ambiente foi fértil para a ampliação dos negócios no mundo digital.
Redução nas fraudes
Quando o comércio eletrônico começou a despontar no Brasil, um dos maiores receios dos consumidores eram as fradudes, do produto não chegar, do cartão ser clonado, entre outros. Ao longo do tempo, com as correções dos riscos, o ecommerce foi conquistando a sua segurança e credibilidade que possui hoje.
Ampliação na oferta de transporte
Com mais empresas ofertando o frete, além dos Correios, trouxe maior competição e, por consequência, preços acessíveis. Além disso, com investimento em centros de distribuição e no sistema de logística, também permitiu uma entrega mais rápida ao consumidor.
Portanto, o e-commerce segue crescendo, graças a um mercado consumidor expressivo e os investimentos feitos pelas empresas e empreendedores.
“Evidentemente, nestes pós pandemia, o ritmo de alta tende a ser menor do que o visto nos últimos dois anos, por conta das pessoas voltando aos hábitos anteriores de ida ao comércio de rua, em shoppings etc. E com a melhora da economia para 2023, com mais emprego, mais renda e disponibilidade de crédito, a expansão de ambos os segmentos será de grande importância para o contexto da economia baiana”, salienta o consultor econômico da Federação.