14/03/2021 11h38
Foto: Porto do Itaqui - Divulgação
O Porto do Itaqui (MA) almeja crescer neste ano não só na exportação de grãos, como também na importação de fertilizantes. No ano passado, o porto movimentou 2,8 milhões de toneladas deste insumo, e a perspectiva é passar dos 3 milhões de toneladas em 2021, projeta o presidente do Porto do Itaqui, Ted Lago.
A continuidade do crescimento da produção agrícola do Matopiba e a entrada em operação do terminal de fertilizantes da Companhia Operadora Portuária do Itaqui (Copi) devem puxar o aumento. O terminal, com capacidade para 3,5 milhões de toneladas, ficou pronto no fim do ano passado. Antes da inauguração, o fertilizante importado era movimentado exclusivamente por guindastes e moegas rodoviárias até caminhões que ficavam dentro da área operacional do porto. Os veículos então transportavam o produto até terminais de misturadoras localizados perto do acesso a Itaqui.
Com o terminal da Copi já ativo, Itaqui passa a ter operação de fertilizantes dentro do porto. O navio descarrega numa moega de grande porte e o produto segue por esteiras para dentro do terminal, onde são carregados os caminhões que levarão o fertilizante para fora do porto. O terminal tem duas moegas rodoviárias, adequadas para veículos bitrem, tritrem e rodotrem, que conseguem carregar simultaneamente três caminhões ao mesmo tempo. A mudança diminui o tempo de espera de navios para desembarque, reduz a circulação de veículos na área operacional e aumenta a segurança da operação no porto.
“Estamos na expectativa de um crescimento de produtividade muito grande. Vamos sair da faixa de 280 a 300 toneladas/hora e chegar a 750 toneladas/hora”, diz Lago.
A partir do segundo semestre, o porto contará ainda com uma moega ferroviária para fertilizantes. “Aí será possível mudar essa logística que ainda é muito concentrada no Sul e Sudeste. O trem que traz o grão vai descer com o fertilizante”, afirma o presidente do porto. Segundo Lago, isso permitirá que o adubo chegue a um preço mais competitivo ao produtor do Matopiba. “É um ganho considerável para a ferrovia também, porque hoje os vagões voltam vazios.”
Além dos fertilizantes, Itaqui quer ampliar a atuação em combustíveis, também de olho no crescimento do agronegócio, que demanda ambos para aumentar a produção. Quatro terminais para movimentação e armazenagem de granéis líquidos combustíveis vão a leilão neste ano. São duas áreas brownfield (que possuem instalações industriais, cujos contratos venceram) e duas greenfield (para a construção de terminais). O leilão dos quatro lotes será em abril na B3.
“É um tripé: grãos, fertilizantes e combustíveis. Essas três cargas andam muito juntas”, afirma Lago. “Esses investimentos levam em consideração a expansão do agronegócio da região como um todo.”