23/10/2025 14h49
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A arrecadação total de impostos do governo federal apresentou crescimento real (acima da inflação) de 1,43%, em setembro, somando R$ 216,7 bilhões, conforme dados divulgados nesta quinta-feira (23), pela Receita Federal. Foi o maior volume registrado para o mês da série histórica, iniciada em 1995, de acordo com o Fisco.
O desempenho positivo de setembro, apesar da queda de 12,18% no recolhimento de tributos por outros órgãos, como royalties do petróleo, para R$ 6 bilhões, teve como principal contribuição o aumento de tributos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
“Fator positivo determinante na arrecadação de setembro foi o aumento da receita do IOF em razão de alteração na legislação do tributo por meio dos decretos 12.467/25 e 12.499/25”, explicou , de acordo com Claudemir Malaquias, chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita, em entrevista a jornalistas para apresentar os dados da arrecadação de setembro.
No acumulado do ano, o total arrecadado em tributos pelo governo federal foi de R$ 2,105 trilhões, dado com crescimento real de 3,49%. Apenas as receitas administradas pelo Fisco registraram crescimento real de 1,88%, no mês passado em relação ao mesmo período de 2024, para R$ 210,7 bilhões. E, no acumulado do ano, essa rubrica somou R$ 2,016 trilhões – aumento real de 4,10% na mesma base de comparação.
Ao ser questionado pelo Correio se esse crescimento da arrecadação é resultado do aumento de impostos, Malaquias negou, e afirmou que a trajetória de crescimento da arrecadação também envolve outros tributos, como a contribuição previdenciária. “A contribuição previdenciária está com resultado positivo de longa data e todo o desempenho da economia e da atividade econômica deixam isso (o aumento da arrecadação) disperso em vários tributos”, afirmou.
Conforme os dados do órgão ligado ao Ministério da Fazenda, em setembro, o recolhimento do IOF apresentou o maior aumento entre os tributos arrecadados pelo Fisco, de 33,42% em relação a setembro de 2024, totalizando R$ 8,4 bilhões. A redução do volume da desoneração da folha também contribuiu para o dado positivo na arrecadação do nono mês do ano. No mês passado, a receita previdenciária apresentou crescimento de 10,21%, para R$ 10,5 bilhões e o Imposto de Renda Retido Na Fonte (IRRF) de rendimentos no exterior aumentou 11,83%, para R$ 6,3 bilhões.
A mudança na regulamentação das apostas on-line, conhecidas como bets, que passaram a pagar imposto neste ano, acumula uma receita de R$ 6,8 bilhões desde janeiro, de acordo com Malaquias. O técnico lembrou ainda que houve redução no volume de compensações tributárias, que somaram R$ 20,9 bilhões, abaixo dos R$ 22,6 bilhões de agosto, de acordo com Malaquias. “Vamos aguardar o próximo mês para fazer uma análise mais robusta, mas vemos que os efeitos estão bem dispersos”, disse.
Fonte: Correio Braziliense