17/02/2025 10h09
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Nesta segunda-feira (17), a mediana do relatório Focus para o IPCA de 2025 subiu pela 18ª semana consecutiva, de 5,58% para 5,60% – 1,10 ponto porcentual acima do teto da meta, de 4,50%. Um mês antes, era de 5,08%. Considerando apenas as 63 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa passou de 5,51% para 5,58%.
A partir deste ano, a meta começa a ser apurada de forma contínua, com base na inflação acumulada em 12 meses. O centro continua em 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. Se o IPCA ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, considera-se que o Banco Central perdeu o alvo.
Na última ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) assumiu que o cenário para a inflação de curto prazo está adverso, com destaque para a alta dos preços de alimentos, influenciados pela estiagem e o ciclo do boi e com tendência de propagação. Os bens industrializados, por sua vez, são pressionados pelo movimento do câmbio. “Em se concretizando as projeções do cenário de referência, a inflação acumulada em doze meses permanecerá acima do limite superior do intervalo de tolerância da meta nos próximos seis meses consecutivos”, diz o BC.
Já a mediana do relatório Focus para o IPCA de 2026 subiu pela oitava semana seguida, de 4,30% para 4,35%. Um mês antes, estava em 4,10%. Considerando apenas as 61 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a projeção se manteve em 4,23%.
Previsão para Selic no fim de 2025
A Selic no fim de 2025 permaneceu estável pela sexta semana consecutiva, em 15,00%. Em janeiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou os juros de 12,25% para 13,25%. O colegiado reiterou a sinalização de mais uma alta de 1 ponto porcentual, a 14,25%, na sua próxima reunião, de março.
Considerando apenas as 49 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a estimativa intermediária para a taxa básica de juros no fim de 2025 passou de 15,25% para 15,00%.
A mediana para os juros no fim de 2026 permaneceu em 12,50%. Um mês antes, era de 12,25%. Levando em conta apenas as 47 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, seguiu em 12,50%.
A estimativa intermediária para o fim de 2027 permaneceu em 10,50%, ante 10,25% quatro semanas antes. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,00% pela oitava semana consecutiva.
Na ata da reunião de janeiro, o Copom afirmou que a elevação dos juros é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante.” O colegiado espera inflação de 5,2% em 2025 e de 4,0% no terceiro trimestre de 2026, o horizonte relevante da política monetária.
Cotação do dólar
a cotação do dólar no fim de 2025 e 2026 permaneceram em R$ 6,00, pela sexta e quinta semanas consecutivas, respectivamente. A projeção para o fim de 2027 passou de R$ 5,93 para R$ 5,90, enquanto a estimativa intermediária para o fim de 2028 também caiu de R$ 5,99 para R$ 5,90.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
Na sexta-feira, o dólar à vista fechou em queda de 1,22%, a R$ 5,6974 — a menor cotação de fechamento desde 7 de novembro de 2024. Nesta segunda-feira, a moeda é negociada em leve alta.
Fonte: Estadão Conteúdo