12/01/2021 07h01
A Ford anunciou nesta segunda-feira (11) que vai fechar três plantas de produção no Brasil. A produção cessará imediatamente nas fábricas da Ford em Camaçari (BA) e Taubaté (SP), com a produção de algumas peças continuando por alguns meses para sustentar os estoques para vendas de reposição. A planta da Troller em Horizonte, no Ceará, continuará operando até o quarto trimestre.
"A Ford mantém assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul. A empresa também manterá o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, o Campo de Provas, em Tatuí (SP), e sua sede regional em São Paulo", informa a companhia, em comunicado.
A empresa também informou que assumirá encargos de impostos de cerca de 4,1 bilhões de dólares, já que a pandemia de Covid-19 ampliou o uso de capacidade de produção da empresa.
Os carros comercializados no mercado brasileiro passam a ser produzidos na Argentina e Uruguai, além de importações de outras regiões.
“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, afirmou Jim Farley, presidente e CEO da Ford.
“Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global", completa o comunicado.
A empresa também informou que atenderá a região com seu portfólio global de produtos, incluindo alguns dos veículos mais conhecidos da marca como a nova picape Ranger produzida na Argentina, a nova Transit, o Bronco, o Mustang Mach 1, e planeja acelerar o lançamento de diversos novos modelos conectados e eletrificados.
Fábrica na Bahia
O governador Rui Costa comentou, no início da noite desta segunda-feira (11), o anúncio do encerramento das atividades de todas as fábricas da Ford no Brasil. Por meio das redes sociais, ele lamentou o cenário econômico brasileiro atual, bem como a gestão do governo federal, e lembrou que um grupo de trabalho já foi criado, inclusive com a participação da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), para atrair uma nova montadora para o estado.
“A saída da Ford do Brasil significa milhares de desempregados, sendo cerca de 6 mil demissões somente na Bahia. Significa aumento da pobreza em nossa nação. Infelizmente, são centenas de indústrias que vão fechando, semana após semana, já que temos um país que não cuida da sua economia, não garante segurança institucional a seus investidores e não faz as reformas necessárias – inclusive a tributária de que tanto precisamos. Ficamos indignados e tristes, pela falta de gestão, de competência e de trabalho, em nosso país. Infelizmente, enquanto uns, dia após dia, só fazem politicagem, nosso país vai perdendo centenas de investidores e postos de trabalho”, lamentou Rui.
No entanto, o governador reforçou que a Bahia já está trabalhando para voltar a ter uma representante do segmento instalada no território. “Nós não vamos ficar parados e iremos fazer a nossa parte. Hoje mesmo, já entrei em contato com embaixadas de outros países, especialmente asiáticos, para efetivar o convite para que indústrias automotivas venham visitar nosso parque e conhecer nossa infraestrutura para que possamos atrair o interesse de outros grupos e voltemos a ter, o mais rápido possível, a fabricação de carros na Bahia, garantindo a renda e o emprego para milhares de famílias de baianos e baianos”, concluiu o governador.