23/11/2020 07h32
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No comunicado da reunião de cúpula encerrada neste domingo, 22, o grupo das 20 principais economias do mundo, o G20, reforça que a pauta ambiental é um dos grandes desafios da atualidade. A visão do grupo é de que a recuperação da economia global no pós-pandemia deve incluir o cuidado ambiental em seu espectro.
"Lidar com as mudanças climáticas está entre os desafios mais urgentes do nosso tempo", afirma o texto. Neste quesito, o grupo de países estabelece seu alinhamento a compromissos relacionados tanto à poluição dos oceanos quanto a do ar.
No segundo ponto, o G20 afirma que mantém seu compromisso com o acesso amplo à energia por parte da população, dentro dos chamados 3E+S (em inglês), ou seja: a energia deve ser segura, eficiente, estável e ambientalmente correta.
"Nós reafirmamos o nosso compromisso conjunto na racionalização e desativação, a médio prazo, de subsídios a combustíveis fósseis e ineficientes que encorajem um consumo gerador de resíduos", afirma o texto.
O G20 afirma que reconhece a importância de reduzir as emissões de gás carbônico, provocadas em especial pela queima de combustíveis fósseis. O grupo reitera, ainda, seu suporte à batalha contra os desafios ambientais de maior urgência, como a mudança climática e a perda de biodiversidade.
Atividade econômica global
No comunicado oficial, o G20 reconhece que a reabertura das economias passada a primeira onda da Covid-19 levou a uma recuperação da economia. O grupo também considera que a recuperação, no entanto, ainda carrega altos riscos, dado que uma segunda onda de infecções tem sido vista em diferentes regiões, levando a novas medidas de distanciamento social.
"Enquanto a economia global experimentou uma forte contração em 2020 devido ao impacto da pandemia da Covid-19, a atividade econômica global se recuperou parcialmente com a reabertura de nossas economias e quanto o impacto de nossas significativas ações começou a se materializar", afirma o texto. "No entanto, a recuperação é desigual, altamente incerta e sujeita a elevados riscos, incluindo aqueles relacionados à renovada disseminação do vírus."
De acordo com o G20, apenas o controle total do novo coronavírus pode trazer uma recuperação efetiva da economia, sendo o "fator chave" para que ela se materialize. Ainda assim, o grupo afirma que está comprometido em "usar todas as ferramentas disponíveis pelo tempo que for necessário" para resguardar vidas, empregos e a renda da população de seus países, assim como a atividade econômica mundial.
Os países-membros, incluindo o Brasil, afirmam no comunicado que seguem comprometidos em implementar a iniciativa de suspensão de dívidas (DSSI, na sigla em inglês), incluindo a extensão da medida até junho de 2021. Com a suspensão, os países elegíveis poderão suspender os pagamentos de dívida bilaterais no período.
Ainda na frente financeira, o G20 afirma que no momento da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, no ano que vem, os ministros de finanças do grupo avaliarão se uma nova extensão da suspensão de dívidas será necessária.
Conforme o comunicado, até o dia 13 de novembro, 46 países pediram para se beneficiar do DSSI, sendo que o total diferido chegou a US$ 5,7 bilhões. Também para o reforço ao financiamento, o grupo afirma ter requisitado do FMI uma análise das necessidades de financiamento externo dos países.