Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Gestão

Gerdau vê 2022 com otimismo e espera margem similar a 2021

Os planos estão sustentados por um cenário de preços internacionais de aço em alta e demanda forte

02/12/2021 17h08

Foto: Divulgação

Gerdau espera manter suas margens de lucro nos patamares elevados registrados neste ano, sustentadas por um cenário de preços internacionais de aço em alta e demanda forte em seus principais mercados, afirmaram executivos do grupo siderúrgico.

A visão, porém, contrasta atualmente com incertezas trazidas pela variante ômicron do coronavírus para a economia global e desaceleração no mercado de construção civil, em que as vendas no varejo passaram a mostrar mais recentemente sinais de desaceleração.

“Estamos vendo uma mudança estrutural do mercado internacional sobre a questão de preços (de aço)”, disse o vice-presidente da Gerdau, Marcos Faraco.

“Nós acreditamos que vamos vislumbrar para os próximos anos um patamar de preços mais elevado do que vimos até então. É assim que estamos olhando para 2022”, disse o executivo.

Questionado sobre os negócios da companhia nos Estados Unidos, importante gerador de resultado para o grupo, após o acordo entre EUA União Europeia que elimina tarifas de importação de aço, o presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck, afirmou que a empresa espera margens em 2022 semelhantes a este ano.

“Esperamos uma estabilidade de margens, com relação ao que vem sendo praticado nos últimos trimestres”, disse Werneck. No terceiro trimestre, a margem Ebitda ajustada da Gerdau foi de 32,9% ante 17,5% no mesmo período de 2020. No ano até o fim de setembro, o indicador é de 30,4%.

Segundo Werneck, os “spreads metálicos”, a diferença entre os preços do produto siderúrgico acabado e de sucata usada como matéria-prima, devem se manter em patamares históricos elevados na América do Norte, no próximo ano.

“Atingimos nos últimos meses patamares históricos de spreads, mas a gente não acredita que estes picos perdurarão ao longo de todo o ano de 2022”, disse Werneck. “Mas certamente, ao longo dos próximos trimestres, com tudo o que tem acontecido na economia americana, estes spreads navegarão em patamares historicamente elevados e seguimos muito otimistas com nossa operação”, acrescentou o executivo. Ele se referiu ao pacote de infraestrutura aprovado no início do mês pelo governo de Joe Biden, no valor de mais de 1 trilhão de dólares.

No Brasil, a expectativa da Gerdau para 2022 é elevar as vendas no mercado doméstico entre 4% e 6% sobre a forte base de 2021, quando a demanda por aço no país cresceu cerca de 25% sobre 2020, disse Faraco.

“Estamos olhando para 2022 com manutenção nos patamares de demanda, um patamar bastante alto”, afirmou o executivo. Ele acrescentou que a companhia também está trabalhando com cenário de queda nos volumes de importação de aço pelo país para o próximo ano.

Já a divisão de aços especiais deve continuar sentindo os efeitos da crise na oferta de semicondutores para o setor automotivo, seu principal cliente.