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Manga com leite faz mal?

Que nada, só faz bem. A má reputação dessa mistura não passa de um mito, fabricado intencionalmente na época do Brasil Colonial. “O leite era, então, um alimento bastante raro, e caro, exclusivo dos patrões, os senhores de engenho. Como eles não queriam que essa preciosidade fosse consumida por escravos, inventaram e espalharam a lenda, que sobreviveu até hoje”, afirma a nutricionista Anita Sachs, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Às vezes, mesmo com toda a ciência embasada, desmitificar algumas crenças que atravessam gerações é tarefa difícil. E será que na gestão de nossas carreiras também não utilizamos alguns destes mitos?

Entendendo os mitos como ideias falsas, sem correspondente na realidade, imaginem que estrago eles podem fazer na gestão da sua carreira.

Foi a partir desta questão é que nos inspiramos em produzir este artigo, pois, nada melhor que conhecer alguns deles e partir para uma prática diferente.

Um dos mitos mais fortes, é o mito que “os padrões de felicidade e sucesso não interferem na construção da sua história de vida e carreira”. Pelo contrário eles não só interferem como muitas vezes ficamos reféns de não nos permitir construir um projeto de carreira diferente do que foi estabelecido como um dogma indiscutível do que é felicidade ou sucesso para o mercado, para uma determinada profissão ou pela influência de pessoas que formam nosso modelo mental, como por exemplo, nossos pais.

Uma sugestão simples é você se perguntar o que é felicidade para você? Ou o que é sucesso para você? Tendo talvez com as respostas novas bases para a gestão de sua carreira.

Um segundo mito, é “para que planejar e gerenciar minha vida e carreira se o cenário é complexo, dinâmico e mutável”. Com a justificativa bem popular de que não sei se estarei vivo amanhã, imagine planejar 5, 10 ou 20 anos antes minha vida e/ou carreira. Na verdade, a prática deve ser totalmente inversa, exatamente pela possibilidade dos imprevistos, para facilitar a definição do que devo priorizar de ações para atingir meus objetivos, da importância da definição antecipada de metas de carreira no curto/médio/longo prazo, como pela existências das diversas variáveis (pessoal, profissional, etc.) que influenciam nos resultados é que se faz fundamental o planejamento da vida e carreira. Além disto, se planejamos uma viagem, uma aula, uma compra de um bem, como não planejar e/ou gerenciar o nosso maior ativo ou patrimônio?

Outro mito é o que “conhecimentos e habilidades são os diferenciais para o meu sucesso profissional”. Em uma era que a ciência e as pesquisas já pontuam a importância da inteligência emocional, as competências comportamentais e o autoconhecimento como um dos ativos deste século para um profissional ser bem sucedido, acreditar que apenas competências teóricas ou técnicas podem sozinhas garantir o atingimento dos objetivos de carreira é no mínimo arriscado. Outra questão é que estas competências são apenas pré-requisitos para poder participar da “batalha”, mas, para vencer a guerra do mercado, se faz necessário muitas outras competências, ligadas a foco, estratégia de carreira, gerenciamento do perfil comportamental, entre outras.

Um quarto mito é que a “vida e carreira são dimensões independentes e não se influenciam mutuamente”.  Em primeiro lugar, a carreira é uma dimensão da vida, assim, ela naturalmente é influenciada por aspectos outros que da vida pessoal que vão além da vida profissional. Segundo lugar, é mais que perceptível que decisões da vida pessoal, como casar, ter filhos, onde morar, onde estudar podem impactar muito na vida profissional. Um exemplo muito forte é de mulheres que destruíram sua carreira ou tiveram que a colocar em segundo plano, por gravidez não planejada ou casamentos muito mal sucedidos. Portanto, se pensar em vida e carreira como um projeto integrado, se faz necessário entender, gerenciar e transformar estes impactos destas dimensões interdependentes em algo equilibrado e balanceado.

E um último mito é que “as oportunidades sempre aparecerão independente da estruturação e gestão do meu projeto de vida e carreira”. Um primeiro aspecto neste mito é que muitas pessoas passam o tempo todo reclamando, se queixando, da vida, da profissão que escolheram, das limitações de mercado do seu segmento ou da sua região, da empresa em que trabalham e com isto é impossível aparecer no seu radar, coisas positivas, como por exemplo, as oportunidades. Segundo este ar extremamente pessimista e até meio terrorista, potencializa desafios reais de qualquer carreira, gerando medo, inércia e sentimento de que é impossível vencer estas barreiras.

Após ler estes mitos, imagine construir, planejar e/ou gerenciar seu projeto de vida e carreira em uma base tão equivocada. Que chances você terá de alcançar alguma realização ou sucesso? Que chances você terá de fazer as escolhas corretas? E além de tudo, como será sua postura, suas reações em relação aos enormes desafios de qualquer carreira? Aos altos e baixos da sua carreira?

Portanto, o primeiro passo, é planejar e gerenciar seu projeto de vida e carreira em cima de verdades e não mitos, de práticas positivas no que tange a gestão de carreira.

E vale se perguntar que opção é mais adequada para você hoje, a partir da afirmação de uma das maiores referências internacionais na área de gestão e marketing, o conhecido Phillip Kotler.

“Existem 3 tipos de profissionais no mercado: os que fazem as coisas acontecer, os que ficam vendo as coisas acontecer, e os que perguntam: o que aconteceu?”

E após todas estas reflexões, que espero ter gerado em você com este artigo, que tipo de profissional você deseja ser?

Fábio Rocha - Consultor, Professor, Coach e Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade - [email protected]