23/11/2020 11h41
Foto: Ministério de Integração Nacional
A transposição do rio São Francisco deve ser entregue à iniciativa privada no próximo ano. O governo federal planeja fazer o leilão de concessão em julho de 2021.
A empresa vencedora cuidará da operação dos reservatórios, estações de bombeamento e 477 quilômetros de canais, que alcançam quatro estados do Nordeste —Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.
O governo tem feito sondagens com investidores e busca empresas de grande porte que poderiam operar um sistema de complexidade alta.
No radar da equipe econômica, estão companhias como a brasileira Weg, que já atua em sistemas de distribuição de água e irrigação em outros países.
“O nosso objetivo é garantir o suprimento hídrico. Nas secas que ocorreram no Nordeste de 2013 a 2016, os quatro estados e o governo federal gastaram de R$ 4 bilhões a R$ 5 bilhões em medidas emergenciais para garantir o acesso da população à água”, disse o diretor de programa da secretaria do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), André Arantes.
A transposição do São Francisco é a maior intervenção hídrica do Brasil. As obras começaram em 2007, no governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O objetivo é interligar as águas do São Francisco a rios dos quatro estados beneficiados.
Os projetos de privatização não são relacionados às obras que não foram concluídas, mas à operação do sistema. Atualmente, o custo anual do sistema é de cerca de R$ 280 milhões.
O plano de concessão é uma parceria entre os ministérios da Economia e do Desenvolvimento Regional, comandados por Paulo Guedes e Rogério Marinho.
O governo já contratou o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para elaboração da modelagem de privatização. A conclusão dos estudos deve ser apresentada no 1º trimestre de 2021.